segunda-feira, 26 de março de 2012

MAIS UMA TENTATIVA DE ASSALTO ACABA EM MORTE EM RUROPOLIS



POR VOLTA DE MEIA NOITE TREIS BANDIDOS

TENTARAM ASSALTAR O  ONIBUS QUE FAZIA A

 LINHA URUARA\RUROPOLIS ,PERTO DA

 COMUNIDADE DE NOME OURO VERDE A 20 KM DA

 CIDADE E UM DELES FOI MORTO POR POLICIAIS

 MILITARES QUE ESTAVAM NO ONIBUS ATE O

 MOMENTO NAO FOI DIVULGADO SUA IDENTIDADE

sábado, 17 de março de 2012

SAUDADES,SAUDADES...

                                SAUDADES,VALEU DURVAL NOS TE AMAMOS DE MAIS
Um grande abraço ao meu amigo Dr.Ariosnaldo,continue sempre sendo essa pessoa honesta que voce sempre foi e que "as pedras que lhe joguem sirva para construir o alicerce de sua vida".

HISTORIA DA CRIAÇÃO DE RURÓPOLIS

                      LEIA É IMPORTANTE
A origem e a formação histórica de Rurópolis como também o processo de colonização da Transamazônica que tem forte relação com o surgimento da cidade. Tendo sua gênese vinculada ao Programa de Integração Nacional (PIN), criado pelo Governo Federal, em 16 de junho de 1970, período em que o INCRA dá início ao processo de criação dos Projetos Integrados de Colonização (PIC?s) que tem a política de distribuição de lotes agrícolas, ao longo das rodovias 230 e 163 e vicinais. A política dos PICs é de bases citadinas e com esta base se criou uma hierarquização de urbanismo rural (agrovilas, agrópolis e rurópolis), que objetivava atender as necessidades que surgiriam com o tempo dentro dos espaços projetados pelo Programa de Integração Nacional. Contudo, nasce Rurópolis, que na década de 70, vem a ser o centro principal no esquema de urbanismo rural.
Neste período, o governo militar, buscando materializar o plano de desenvolvimento do Presidente Juscelino Kubitschek que almejava em seu governo desenvolver o Brasil, caracterizado pelo lema de 50 anos em cinco. Projeto esse que se estende ao governo de Emilio Garrastazu Médici, com a necessidade de integrar o norte que se encontrava vazio demograficamente e ainda sob ameaça estrangeira ao restante do país que sofria com grande contingente de população urbana. Através de um modelo de desenvolvimento econômico embasado na produção agrícola e ainda promover reformas agrárias.
O governo Médici não limitou esforços para trazer "homens sem terra do nordeste para a terra sem homens da Amazônia". Investiu fortemente em propaganda a qual frustrou muitas pessoas mais tarde. A partir daí, começaram a chegar colonos de várias regiões do país, incentivados pelo projeto de colonização realizado pelo então Presidente da República, Emílio Garrastazu. Esses colonos traziam consigo uma multiplicidade de hábitos culturais que serão enfatizados no decorrer deste estudo.
É importante estudar como se deu a ocupação da Amazônia para entendermos as condições sócio-econômicas dos colonos que se instalaram na Transamazônica, no município de Rurópolis e visualizar o quanto a colonização influenciou nas condições socioeconômicas, bem como as modificações ocorridas a partir da vinda desses agricultores que aqui introduziram uma nova organização social. Em vista disto, o fator impulsionador deste estudo em torno da origem e evolução social, e econômica da Rurópolis tem o propósito de entender toda a plataforma em que está consolidada essa sociedade na atualidade, sem deixar de enfatizar o que já sucedeu em tempos anteriores, pois como diz Eric Hobsbauem "é preciso conhecer o passado para entender o presente".
Com a realização deste trabalho, pretende-se relevar a grande importância desse projeto de construção no centro da região Norte e esclarecer como realmente aconteceram os fatos através das "fotos históricas: como a construção de um hotel de luxo em meio à Selva Amazônica, colocadas em anexo. Também a visita de dois Presidentes da República a colonos migrantes que vieram de outros estados do Brasil e que abrigavam em torno da cidade recém-construída, além de outros fatos que antecederam essas visitas, baseados em fatos expressos pela imprensa da época, fotos e relatos orais dos migrantes, que foram as verdadeiras construtoras dessa localidade.
Rurópolis aqui é vista pela motivação de sua construção e importância dessa gigantesca obra, que surgiu em meio ao "mar-verde" do Brasil. Procura-se compreender a formação social da cidade, atentando para o seu processo cultural. No que diz respeito à política, busca-se neste trabalho de Conclusão de Curso mostrar como se procedeu o desenvolvimento do município e como se apresenta na atualidade, enfatizando as políticas de governo do seu início até os dias atuais, para então comparar os pontos positivos e negativos das mudanças nas duas últimas gestões municipais e ainda destacar os avanços que houve no governo do atual governo (2011), visando compreender suas peculiaridades e perspectivas.
Este trabalho tem um objetivo de atingir um público alvo heterogêneo, alcançando professores e acadêmicos do curso de história, a comunidade em geral encontrará neste trabalho outras versões e análises históricas sobre o Município de Rurópolis.
O trabalho se apresenta de forma gradativa, obedecendo a uma metodologia exigida pela metodologia cientifica, desde a pesquisa bibliográfica e oficial sobre a fundação de Rurópolis e a política de desenvolvimento econômico,bem como a formação social de Rurópolis que, através de pesquisa de campo com sujeitos da comunidades atuantes nas atividades políticas, econômicas e sociais, trazendo fatos necessários à descrição e análise dos depoimentos.
O enfoque metodológico envolve uma pesquisa fenomenológica que consiste em interpretar as informações fornecidas pelas entrevistas no trabalho de campo para contribuir na construção de uma história consistente não somente do ponto de vista da história oficial, mas também da história contada pelos sujeitos anônimos que são os "verdadeiros? construtores" da "história".
Para a realização deste trabalho foi priorizado o enfoque metodológico que trata a história social das comunidades como necessidade da atualidade para resgatar a memória e identidade das pequenas comunidades, com o intuito contribuir para a construção histografia regional, descrevendo e analisando as informações dos entrevistados.
A partir de dados obtidos através da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo comparou-se a realidade pelos depoimentos de moradores do município para se extrair a nova consistência histórica, buscando desvendar fatos até então desconhecido pela sociedade ruropolense.
A organização didática deste estudo está distribuída em 3 capítulos: O primeiro trata do ato de "Fazer história para ensinar", visando mostrar que é possível construir a história a partir de experiências sociais dos alunos, professores, de sujeitos anônimos, e recontar fatos corriqueiros através de relatos orais, relacionando com as pesquisas acadêmicas, organizando dados correlacionando aos fatos da história oficial; no segundo capitulo, apresenta-se o histórico de Rurópolis e informações sobre seus aspectos sócio-econômicos tanto da história oficial do município quanto na visão dos moradores; o terceiro capitulo revela as consequências que o município sofreu com a desistência do Projeto e sua caminhada independente para continuar sua trajetória de sobrevivência.


1. FAZER HISTORIA PARA ENSINAR.
1.1 ENSINAR HISTORIA.

Ensino da historia atualmente vem mudando consideravelmente, tendo em vista que não se pensa mais em transmitir a história com base na pesquisa e interpretação sob diferentes pontos de vista, de sujeitos diferentes por diversos olhares, como exige esse novo modo de tratar a história segundo o estudo de Maria auxiliadora Schmidt e Marilene cainelle (2004) em ensinar história, no que refere ao conceito de história local e o ensino de história, observa-se como diz às autoras que "um dos principais problemas relacionados ao uso da história é a definição e a abrangência disse conceito".
As autoras justificam sua obra explicando que ensinar história não é transmitir os fatos ocorridos do passado, inclusive, sugerem em seu livro que professores devem teorizar sobre o tema, debater o tema, trabalhar atividades, ampliar debates e comentar bibliografias.
No livro, as autoras apresentam discursões sobre história do ensino da historia, tanto como disciplina escolar quanto como ciência. O saber fazer história em sala de aula é tratado como responsabilidade do professor que aplicará o método da investigação e a construção do fato história em sala de aula ajudando o aluno a construir conceitos, respeitando os limites e possibilidades, destacando a importância da temporalidade histórica, explorando a linha do tempo e o seu significado.
Schmidt e Cainelle (2004) sugerem o uso do documento histórico em sala de aula e as novas linguagens para construir a história local, relacionar com a história nacional e universal, assim os alunos juntamente com o professor preservam o patrimônio histórico, valorizam o conhecimento para a criação de museus, utilizando também fatos do noticiário da imprensa.
De modo geral, a proposta das autoras citadas é a que será utilizada nesta monografia, no que se refere à construção da história regional e local por meio de construção do saber oral. E isto com a possibilidade de utilização em sala de aula como texto didático em que os alunos também participam desta construção, pesquisando, investigando, planejando, experimentando, debatendo, fotografando e entrevistando sujeitos que participam do processo de construção da história no presente, resgatando memórias história do passado para modificar com qualidade o rumo futuro da história.
Borges (2009) em, seu livro "O que é história" apresenta a história da história, desenvolvendo a pré-história da história e o seu aparecimento como ciência. Trata da história teológica, da erudição, da razão e do progresso dessa disciplina. Analisando o materialismo histórico e a história acadêmica com suas perspectivas atuais no Brasil nas escolas e no âmbito de sala de aula.
A autora citada afirma que, atualmente, a história no Brasil enfrenta um grande desafio que é preparar professores e alunos para a produção histórica, construindo saberes de forma "interdisciplinar, procurando tornar possível o diálogo a partir de um diagnóstico do presente, sem desconsiderar o passado mais com objetivos futuros, uma vez que não há uma linha constante e progressiva de desenvolvimento na história da humanidade para todas as sociedades e nações.
Silva (2003) discute o ato de ensinar história como dimensão do prazer de conhecer. Nessa perspectiva, a escola surge como instituição intelectual garantida através de recursos técnicos (instalações, equipamentos, recursos humanos, recursos didáticos), além de valorização do profissional com salários dignos. Ele sugere para trabalhar com conhecimento histórico contemporâneo, o uso de recursos: bibliotecas, arquivos, produções artísticas e participação em movimentos culturais.
No livro "Sociologia Rural", de Dulce Whitaker, encontra-se uma abordagem em posicionamento ao método de investigação e coleta do material investigado. A autora com seu grupo de acadêmicos que fazem a pesquisa valorizam o "Diário de Campo" como uma premissa eloquente e eficaz na coleta/registro de um estudo efetuado no caso da autora, os registros sobre a sociedade no espaço rural.
Whitaker (2009) fala do respeito que todo pesquisador deve ter ao registrar os dados fornecidos pelos sujeitos entrevistados em seu estudo de campo. Deve-se registrar na íntegra o que o informante fala e esse respeito não se refere ao registro de grafemas incorretos até porque o sujeito informante não emite grafos em sua fonte de informação fornecida, pois grafando de acordo o som emitido pela fala pode-se está distorcendo o sentido de uma palavra e consequentemente comprometendo o sentido da informação fornecida.
Quando se está produzindo um trabalho que tem enfoque social é preciso privilegiar a historiografia local. Conforme se entende, essa historiografia tem o enfoque desbravamento da Transamazônica e o incentivo dado pelo governo às populações para que viessem "integrar para não entregar" analisando os aspectos culturais, econômicos e étnicos das populações, isto dentro de uma visão analítica , desvendando o real propósito do governo federal para com a abertura das estradas, fundamentando-se nas seguintes questões norteadoras: Que influência esse processo teve para federação brasileira e na vida das pessoas? Quais foram os benefícios para as populações que saíram de suas terras de origem para desbravar tal espaço? Como está Rurópolis hoje e a quem se deve seu crescimento econômico?
O intuito deste estudo científico será mostrar que os povos instigados a vir para esta região, não receberam as promessas que lhes foram feitas e que chegando aqui ficaram jogados à própria sorte do destino, que marginalizados se adequaram ao ambiente de mata fechada e sem nenhuma estrutura de moradia e nem saneamento básico para as famílias como ainda é até hoje. O estudo vem mostrando que esse processo se deu na perspectiva unicamente de atender interesse de um sistema governamental elitista. Esta evidência é tanta que após os povos chegarem para cá foram deixados sozinhos para enfrentar os desafios propostos pela natureza ambiental e social, nesta perspectiva sempre privilegiando os agentes participantes da construção histórica que são os sujeitos anônimos vendo a diversidade histórica do Brasil.


1.2 A HISTÓRIA DA COMUNIDADE NOS TRABALHOS ACADÊMICOS.

Diante desta analise cognitiva, busca-se fundamento o processo sócio-político e econômico do município de Rurópolis, despertando nos alunos e professores a criatividade dos fatos históricos seja no passado, no presente, com suas perspectivas de futuro. Analisando o livro "Uma Chama Amazônica de Jean Pierre Leroy" 1991 (p35-37) verificando se a grande possibilidade de professores e alunos obterem este documento como recurso didático para conhecer melhor os motivos e processo de fundação de Rurópolis Presidente Médici em 1971, fazendo uma analise critica de como foi fundada Rurópolis e como foi desenvolvido o Programa de Integração Nacional (PIN), implantado pelo governo federal para atrair migração de varias regiões do país, em especial do Nordeste, em prol de vantagens oferecidas pelo próprio governo como estimulo à integração da Amazônia, formando, as agrovilas, as agrópolis e rurópolis que recebiam estes povos vindos das mais diversas regiões brasileiras, as quais foram projetadas para atender as necessidades de moradia, das famílias que aqui chegavam, e de toda sociedades que se formavam dentro das agrovilas e agrópolis as quais se destisnavam ás rurópolis que tinham maior estrutura, tais como: colégio de 2ª grau, hospital com medico para atender os doentes, sistema de correio, bancos e outras estrutura que atendiam as carências surgentes na sociedade que se marginalizavam em torno da transamazônica e dos programas do governo que vinha com o propósito de programar o Projeto de Integração.
É importante afirmar que a história de Rurópolis tem estado presente nos trabalhos acadêmicos, aqui é citado outros trabalhos como de Fabiano Hector Lira Muller mencionado noutro momento dessa monografia e Iran Alves de Mesquita, que busca reconstruir e contar a história, onde seus construídos históricos sobre a abertura da transamazônica apontando as problemática enfrentadas por povos que vieram de várias regiões brasileiras na década de 1970, principalmente no nordeste do Brasil.
A região amazônica ao contrario do nordeste apresenta uma vasta extensão de terras rodeadas de riquíssimos recursos hídricos que favoreciam a agricultura e outras atividades de subsistência. Correndo o risco de ser invadida por estrangeiros e sem homens para ocupar os vazios demográficos. Então o presidente Garrastazu Médici viu na Amazônia a solução dos problemas provocados pela seca e o inchaço urbano crescente no nordeste e na região sul do país, desde muito tempo o governo via na Amazônia uma fonte de riqueza incomparável ao restante do país. "Sendo no governo de Vargas (1930 a 1945) que se deu maior importância para a região com o chamado patriótico para ocupação da mesma.

Como o objetivo de implantar na Amazônia um grande projeto de desenvolvimento econômico e social visando a exploração das riquezas além de proteger essas áreas, Juscelino Kubitschek já citava na década de 1950 em seus discursos progressistas, essa ocupação e integração do norte com o restante do país.

Reforçando a afirmativa de Iran Alves de Mesquita, é visto que:

(...)
Com esse intuito criou-se através do decreto número 34.132, de 09 de outubro de 1953 a ESPVEA (Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia) que tinha a finalidade de promover o desenvolvimento da produção agropecuária e a integração da região a economia nacional, pois, esta parte do país encontrava-se muito isolada e subdesenvolvida. De acordo com as idéias da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (ESPVEA), a Amazônia seria muito beneficiada, já que muito dinheiro seria liberado para os moradores da região, em forma de crédito para plantio e criação de gado. Entre as prerrogativas para a liberação de crédito estavam as de que "o projeto deveria ser tecnicamente viável, além de passar por uma aprovação rigorosa e por uma fiscalização atenta das aplicações atentas dos recursos liberados". (RABELO e FERREIRA, 2005).

Contudo, esta monografia se fundamenta teoricamente nos livros "Ensinar Historia" de Maria Auxiliadora e Marilene Cainelle e "uma chama da Amazônia" de Jean Pierre Leroy e ainda em dois trabalhos acadêmicos que tratam do assunto de Fabiano Hector Lira Muller que tratam do "Processo de construção da rodovia Transamazônica e a Formação de Rurópolis. (1965-1978) e no trabalho acadêmico de Iran Alves de Mesquita, que tem por temática as Consequências da Implantação da Transamazônica e também o livro da professora Maria José Dias (2005), o qual narra com uma ênfase aprofundada na história dos pioneiros de Rurópolis, a partir das revisões literárias existente sobre o assunto e relatos de pessoas que viveram a realidade de um acontecimento histórico. Outro trabalho acadêmico de destaque é o de Marcelo Ramos de Souza (2007) que trata da Emancipação do Município e Itaituba, numa abordagem "social, administrativo, político e econômico" o qual irá ser realizado para a conclusão de curso quando se refere à emancipação de Rurópolis e desmembramento do município.
A revista PRIMAX (1996) é outra fonte geográfica e histórica que traz dados técnicos sobre a mineração no Tapajós com informações sobre Rurópolis, localização, fronteiras e limites do município. Entretanto, sobre o espaço urbano da cidade de Rurópolis há pouca literatura, porém o que existe é bastante consistente, considerado a veracidade dos fatos apresentado como trabalho acadêmico conta o livro "conhecendo Rurópolis" da professora Maria José Dias Aguiar (2005) que mostra aspectos históricos, geográficos e turísticos do lugar com depoimento de pioneiros, mesmo que os aspectos políticos, econômicos e sociais necessitem de maior consistência, visto que, por sua dinamicidade, precisam ser atualizados conforme o crescimento socio-econômico do município ao qual se propõe este trabalho .
Borges (2009) em, seu livro "O que é história" apresenta a história da história, desenvolvendo a pré-história da disciplina e o seu aparecimento como ciência. Trata da história teológica, da erudição, da razão e do progresso dessa disciplina. Analisando o materialismo histórico e a história acadêmica com suas perspectivas atuais no Brasil nas escolas e no âmbito de sala de aula. A autora afirma que atualmente a história no Brasil enfrenta um grande desafio que é preparar professores e alunos para a produção histórica, construindo saberes de forma "interdisciplinar, procurando tornar possível o diálogo a partir de um diagnóstico do presente, sem desconsiderar o passado mais com objetivos futuros, uma vez que não há uma linha constante e progressiva de desenvolvimento na história da humanidade para todas as sociedades e nações.
Silva (2003) discute em sua abordagem o ato de ensinar história como dimensão do prazer de conhecer. Nessa perspectiva, a escola surge como instituição intelectual garantida através de recursos técnicos (instalações, equipamentos, recursos humanos, recursos didáticos), além de valorização do profissional com salários dignos. Esse autor sugere para trabalhar com conhecimento histórico contemporâneo o uso de recursos como, museu, bibliotecas, arquivos, produções artísticas e participação em movimentos culturais. Deste modo tem-se uma vasta possibilidade da construção histórica valorizando os aspectos do localismo estudado.
Em Whitaker (2009) encontra-se a abordagem diante do posicionamento ao método de investigação e coleta do material investigado. A autora com seu grupo de acadêmicos fazem a pesquisa valorizam o "Diário de Campo" como uma premissa eficaz na coleta/registro de um estudo efetuado sobre os registros da sociedade no espaço rural. Ela fala do respeito que todo pesquisado deve ter ao registrar os dados fornecidos pelos sujeitos entrevistados em seu estudo de campo. Deve-se registrar na íntegra o que o informante fala, e com respeito e esse respeito não se refere ao registro de grafemas incorretos até porque o sujeito informante não emite grafos em sua fonte de informação fornecida, pois grafando de acordo o som emitido pela fala pode-se está distorcendo o sentido de uma palavra e consequentemente comprometendo o sentido da informação fornecida.

1.3 - RURÓPOLIS NA HISTORIA OFICIAL.

Rurópolis era uma pequena agrópolis que tinha como proposta atender às varias necessidades surgidas nas vilas e agrovilas que sugiram como Plano Nacional de Integração (PIN) do Presidente Médici. O município de Rurópolis foi criado pela Lei nº 5446, de 10 de maio de 1989, e instalado em 01 de janeiro de 1979, no governo de Hélio Mota Gueiros, e desmembrado de Aveiros. Está formado pelo distrito 7: Rurópolis, suas origens esta vinculada as Programa de Integração Nacional (PIN) criado em 1970 pelo governo federal, na gestão de Emilio Garrastazu Médici e implantado a partir de 1971, para desenvolver um grande programa de colonização na Amazônia, com trabalhadores sem terra de vários pontos do Brasil principalmente do Nordeste, era o objetivo do PIN.
O eixo ordenador de todo programa era a rodovia transamazônica, sendo os trechos Marabá-Altamira, Altamira-Itaituba, no Pará objetivo de planejamento especial. Nesse trecho deviria ser construídas agrovilas (conjuntos de 48 ou 64 lotes urbanos de 100 há). As moradias eram destinadas aos colonos assentados no local que receberam lotes rurais para suas atividades econômicas.
Conforme dados oficiais da história do município, cada agrovila deveria ter uma escola de 1º grau, uma igreja ecumênica, um posto médico e um armazém para produtos agrícolas. Além de serviços bancários, correio, escola de 2º grau, telefone, fazia parte também do programa a construção da agrópolis (reunião de agrovilas, polos eu torno dum núcleo de serviços urbanos) cujo objetivo era atender a demanda de todas as agrovilas do trecho da Transamazônica.
Entretanto, somente uma agropolis foi implantada: o Brasil Novo, no km 46 do trecho Altamira-Itaituba, sendo Implantado varias agrovilas. Embora a construção de Rurópolis (um conjunto de agrópolis) prevista pelo programa, as proximidades do cruzamento da transamazônica com a rodovia Santarém-Cuiabá, foi construída apenas uma Rurópolis: o Presidente Médici, atual sede recebe até hoje migrante de todas as regiões do Brasil.
Rurópolis está localizado no Sudeste Paraense com acesso rodoviário na BR-163 e 230, com distancia de 790 km da Capital, pertencente à câmara de Itaituba. Atualmente, Rurópolis possui uma população de 40.087 habitantes numa área de 7.021 KM2, sendo 12.159 do sexo masculino e 11.1363 do sexo feminino, com cerca de 6.991 de área e densidade populacional d e3,45 habitantes por km2 (IBGE, 2010).




Figura 01: Mapa de Rurópolis
Fonte: SEPOF-PA -Portal Amazônia 08/02/2007

Segundo dados do IBGE o município de Rurópolis está situado à mesorregião sudoeste paraense e à micro região de Itaituba. "A sede apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 04º?05?45" e54º 54?33" w Gr. Tendo em seus limites ao Norte os municípios de Aveiro e Santarém, a Leste o município de placas, ao sul tem-se o município de Altamira e a oeste o município de Itaituba e Aveiro. Contudo está situado entre os principais municípios que cerca a cidade paraense.

2. A COLONIZAÇÃO DA TRANSAMAZÔNICA

2.1 O ASFALTAMENTO DA RODOVIA FEDERAL BR-163 (CUIABÁ-SANTARÉM)


Para melhor esclarecimento do que representa Rurópolis para o Brasil e, principalmente, para a região do Tapajós, é preciso retomar alguns aspectos da Construção da Transamazônica e, atualmente, abordar a questão do asfaltamento das BR 230 e 163, bem como da construção das hidrelétricas na região e da proposta de divisão do Estado do Pará para criar o estado do Tapajós, que, neste ano de 2011, está em pleno calor de discussões, visto Rurópolis estar nessa área de confluência.
A rodovia federal BR 163 foi construída nos anos 70, porém, não houve uma manutenção regular. Entretanto, o trecho parcial ao Sul, No Estado do Mato Grosso, foi asfaltado, contudo dos cerca de 800 km no Pará, foi terminado apenas uma parte pequena ao Norte entre Santarém e Rurópolis. A importância econômica da rodovia é decorrente da enorme redução dos custos de transporte dos produtores de soja do Mato Grosso, o que aumenta consideravelmente a sua competitividade: O caminho para o porto de Santarém no Pará é muito mais curto do que para o porto de Paranaguá (PR) no Sul do Brasil. Por causa disso, o governo de Fernando Henrique Cardoso prometera várias vezes o asfaltamento da estrada.
O governo de Luis Inácio Lula da Silva cortara o asfaltamento da lista de prioridades dos investimentos 2003/2004, sobretudo, para atingir o superávit primário acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Porém no plano plurianual (PPA) 2004-2007 aparece novamente, cujo financiamento deveria ser realizado através de recursos públicos e privados.
As organizações entrevistadas da sociedade civil não criticaram o asfaltamento em si, pois toda a população aproveitaria de uma conexão rodoviária melhor. Ao contrário, o que desaprovam, é a expansão da produção empresarial da soja, da pecuária e da extração de madeira estimulada, entre outras razões, pela promessa do asfaltamento. No decorrer da expansão dessas atividades econômicas, dominadas por latifúndios, aumentaram consideravelmente os violentos conflitos da terra e o desmatamento. As lideranças dos sindicatos dos trabalhadores rurais (STR) são intimidadas e, dentro de poucos meses em 2003, duas foram assassinadas.
No ano de 2002, o departamento nacional de infra-estrutura e transporte (DNIT) solicitou ao IBAMA a licença ambiental para o asfaltamento do trecho no Pará. O processo de EIA/RIMA ainda não terminou, mas o relatório já pode ser acessado no site do IBAMA. As entrevistas mostraram que a maioria dos atores em Santarém e Belterra, as cidades mais populosas na BR 163, não conhecem o processo. Além disso, a maioria pensa que os direitos de participação no processo da EIA/RIMA não são eficazes e que as audiências públicas, normalmente, são mal preparadas e coordenadas, sendo objetos de fortes manipulações. Acredita, que seja positivo apenas o fato de que podem ser utilizadas pela sociedade civil para criar uma pressão pública em favor de causas político ambientais e aproveitadas como fonte de informação, tanto pelo público em geral, quanto pelos atores participantes como o Ministério Público.
Nem os atores públicos, nem os atores não governamentais definiram uma estratégia para usar os seus os seus instrumentos jurídico ambientais de participação o que está relacionado ao fato de que todos os atores esperam que o asfaltamento possibilite uma melhoria nas suas condições de vida e querem evitar ações que possam arrasar essa medida. Isso explica, porque em outros casos (construção da história do Tapajós, do porto da empresa Cargill ou do viaduto em Santarém) os mesmos atores utilizam de maneira seletiva os seus direitos de participação, pois nestes casos os impactos negativos puderam ser atribuídos mais claramente. Nos dois casos de Belo Monte e da BR-163, se mostrou que: a) Os cidadãos usam os direitos de participação para defender os seus interesses ambientais. b) Uma aliança com o Ministério Público Federal é caracterizada pelos atores locais como muito importante, enquanto o Ministério Público Estadual é classificado como menos importante; c) O instrumento da ação civil pública é avaliado como especialmente útil; e d) Outros instrumentos como a audiência pública no âmbito do EIA/RIMA são criticados como pouco efetivo e fácil de manipular.
O uso ativo dos direitos de participação do âmbito da proteção ambiental possibilitou experiências positivas com o estado de direito, enquanto o mesmo na vida cotidiana, muitas vezes, não tem nenhuma relevância prática. Muitos dos representantes de organizações da sociedade civil entrevistados já foram ameaçados pessoalmente por poderosos atores locais. Na Amazônia, a política ambiental é confrontada com fortes interesses econômicos que, no nível local, não sempre respeitam o direito e a vida e permanecem impunes. Por conseqüente, os atores da sociedade civil vivenciam experiências contraditórias em relação ao estado de direito,por um lado, poder utilizar os seus direitos de participação de maneira efetiva e percebê-los, assim, como uma conquista positiva e, por outro lado, serem expostos arbitrariedade privada sem gozar da proteção de instancias do estado de direito no nível local.
O território BR 163/PA está localizado na região oeste do estado do Pará e é cortado pela rodovia BR 163 ou Cuiabá Santarém e rodovia 230 ou Transamazônica, e ainda pelo Rio Tapajós. A área foi definida em 2002 pelos movimentos sociais e contou com o apoio de organizações ambientais e de pesquisa, para juntos fortalecerem o processo de organização,
Dentre as principais reivindicações do movimento socioambiental estavam o ordenamento fundiário e a promoção de estratégias sustentáveis de produção, como forma de dirimir os conflitos agrários e a pressão sobre os recursos naturais que afligi a região desde a década de 70. O movimento socioambiental da região considera que o território BR 163/PA é formado pelos municípios de Itaituba, Aveiro, Jacareacanga, Rurópolis, Placas, Trairão, Novo Progresso e o distrito de Castelo de Sonhos pertencente ao município de Altamira, totalizando uma área de 232.492,55 km2 e com uma população2 de 274.140,00 mil habitantes, o que difere da área e população pelas quais o MDA advoga.
A discussão territorial da BR 163 foi alavancada em 2002 pelos movimentos sociais e contou com o apoio de organizações ambientais e de pesquisa, para juntos fortalecerem o processo de organização, planejamento e político do contexto local. No ano de 2005 a SDT entrou em contato com os atores locais na intenção de se criar o território 163, em junho do mesmo ano houve uma reunião e ficou deliberado a elaboração do relatório de apresentação das características socioeconômicas e ambientais do território, o qual foi finalizado em dezembro de 2005. Em maio de 2006 foi constituída a comissão a comissão de implantação de Ações territoriais ? CIAT BR 163 Composta por 93 entidades da sociedade civil e instituições de governos de sete municípios e o Distrito de Castelo de Sonhos, porém a homologação do território só aconteceu em junho de 2006.
No final de 2008 e início de 2009, após algumas discussões territoriais a CIAT passou a ser o Colegiado de Desenvolvimento Rural Sustentável da BR 163 ? CODETER BR 163. Ainda em 2009 foi homologado o território da Cidadania BR 163 que hoje é composto por 6 municípios ( Itaituba, Trairão, Jacareacanga, Aveiro, Rurópolis e Novo Progresso).
Ao longo destes anos a SDT disponibilizou articuladores nocionais, estaduais e locais, profissionais que contribuíram Para o desenvolvimento das ações territoriais. O território já contou com o apoio dos articuladores Estaduais Nejakson Alves e Valdir da Cruz Rodrigues. Hoje o apoio é dado pela Articuladora Estadual Nilba Monteiro. Como articuladores locais, o CODETER BR 163 já pode contar com o apoio disponibilizado por Adônis Luiz Facioni e Rosilene Choua, que foram contratados pela FVPP através de convênio firmado com MDA.
Este convênio se encerrou no inicio de 2010 e a articulação foi realizada por uma comissão interinstitucional. Em junho de 2010 a SOMEC contratou através de convênio com MDA, a Assessor Técnico Altair Martini, que conduzir a articulação no Território BR 163 por 12 meses. (Codeterbr163.blogsport.com2011).
As rodovias Transamazônica e Belém-Brasília (Br 163 e 230), projetado durante o governo do Presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) sendo uma das mais audaciosas obras para esse período e devido às suas proporções gigantescas foi uma das chamadas "obras faraônicas", realizadas pelo regime militar, sendo estas as maiores rodovias do Brasil, com 4.000km de comprimento, cortando os estados brasileiros da: Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas. Ela nasce na cidade de Cabidela na Paraíba e segue até Labrea, no Amazonas. É classificado como rodovia transversal e ainda na atualidade não é pavimentada. Ela foi planejada para integrar melhor o Norte brasileiro com o restante do País, foi inaugurada em 30 de agosto de 1962. Inicialmente projetado para ser uma rodovia pavimentada com 8.000km de comprimento, conectando as regiões Norte e Nordeste do Brasil com o Peru e Equador, não sofreu maiores modificações desde sua inauguração, exceto agora em 2009 onde recomeçam os trabalhos que apontam para a efetivação de sua pavimentação. "Os recursos que se despenderam para a efetivação da mesma foram oriundas de empréstimos externos do Programa então chamado ?carga pesada" o qual já foi tema de seriados na TV". ( Amazônia Revelada ).

2.1 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL EM RURÓPOLIS

A origem do município de Rurópolis está ligada ao Programa de Integração Nacional (PIN), instituído no ano de 1970 e implantado a partir de 1971, pelo governo federal. O objetivo do PIN era desenvolver um grande programa de colonização dirigida na Amazônia. Trazendo trabalhadores sem terra de diversas partes do Brasil, em especial do Nordeste.
A rodovia Transamazônica constituía-se no eixo ordenador de todo o programa e no Pará, os trechos Marabá-Altamira e Altamira-Itaituba foram objetos de planejamentos especiais. As mesmas foram projetadas para interligar às demais rodovias do país, permitindo a interligação com o restante do país permitindo a integração nacional.
No trecho entre Altamira e Itaituba, na rodovia Transamazônica, deveriam ser constituídas agrovilas, sendo estas o conjunto de lotes urbanos. Nestes conjuntos de lotes deveria ser constituído aos colonos assentados no local, os quais receberam também lotes rurais, onde desenvolveriam atividades econômicas para sustentabilidade local (agrovilas). Como já foi citado, nas literaturas encontradas há afirmativas de que cada agrovila deveria contar com os serviços de escola de 1º grau, uma igreja ecumênica, um posto médico e, em alguns casos, um armazém para acomodar produtos agrícolas produzido pelos colonos, que vieram para essa região em busca de melhoria de vida.
como já foi dito antes, a construção de agrovilas, agrópolis e rurópolis eram parte do Programa de colonização, cuja polarização se dava em torno de um núcleo de serviços urbanos. Além dos serviços bancários, correios, telefones, escolas de 2ª grau, etc. Os objetivos dos rurópolis era o de atender à demanda de todas as agrópolis e agrovilas situadas num determinado trecho da transamazônica. Foram implantadas várias agrovilas e apenas uma agrópolis Brasil Novo, no km 46 no trecho Altamira-Itaituba e, finalmente o Programa previa a construção de Rurópolis ? um conjunto de agrópolis, mas foi construída apenas uma Rurópolis nas proximidades do cruzamento da Transamazônica com a rodovia Santarém-Cuiabá, à Presidente Médici. A atual sede do município de Rurópolis constitui-se exatamente no núcleo original daquela Rurópolis planejada e implantada e para qual continua, nos anos seguintes a chegar migrantes de outras áreas do Brasil.

2.2 INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA (INCRA)

O INCRA é uma autarquia do governo federal criado pelo decreto n° 1.110, de 09 de julho de 1970 com a missão prioritária de realizar a Reforma Agrária, manter o cadastramento nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da união. O objetivo é implantar modelos compassíveis com as potencialidades e biomas de cada região do pais e fomentar a integração espacial dos projetos. Outra tarefa importante no trabalho da autarquia é o equacionamento do passivo ambiental existente, a recuperação da infra-estrutura e o desenvolvimento sustentável.
... Tudo como contribuição desenvolver Políticas Agrárias aos homens do campo, distribuição e redistribuição de terras, titulação de imóveis rurais, demarcação de terras, geo-referenciamento da terra, equacionar litígios agrários, eleger áreas para a criação de projetos de assentamento, pagamento de crédito para o fomento e habitação de pequenos agricultores e regularização fundiária. (MESQUITA, 2007.p.13.)
MESQUITA (2007) em um primeiro trabalho acadêmico de pesquisa em História trata da implantação da Transamazônica e seu asfaltamento, mostrando um depoimento de moradores da área transamazônica, em sua defesa de TCC pela Faculdade de Itaituba:
"Tem uma senhora aqui [que estava dentro da casa], o filho estava doente. Foi para a chuva, ficou no relento, nos panos, nas encerradas, [debaixo da lona]. Outros partiram com a distancia de 20 km para a mata, com enceradas para alguns. E outros ficaram em barracões do BEC no180" (CJP. Depoimento de José Moreira de Abreu).
Atrás do fogo vinham os tratores que empurravam os escombros para uma vala aberta para esse fim. Três dias depois, esteve tudo consumado. O terreno estava limpo.
Essa operação de guerra foi executada sob a responsabilidade do Dr. Aníbal, por certo Dr. Haufer, o Cartão, truculento "Prefeito" da vila, e dois guarda rurais. O Dr. Aníbal teria dito que deveriam sair por que o " Presidente ia chegar e não queria aquelas casas velhas lá, malfeitas" (CJP. Depoimento seu nome). Tinha pais, que completar a obra de embelezamento da Rurópolis,... (LEROY, 1991. P. 73 ? 74).
Na obra de Leroy (1991) também aparecem as falas das depoentes encontradas as casas da vila da Palha as quais teriam de ser destruídas de qualquer forma. Os técnicos do INCRA chegavam, riscavam os fósforos e tocavam fogo em todas as moradias encontradas na vila. As pessoas tentaram resistir à pressão dos técnicos, mas foram forçados a sair ou perderiam suas próprias vidas. Havia muitas pessoas desesperadas com tal situação, pois para todos os moradores da vila que estavam morando lá na época esse fator foi um massacre.
Leroy continua dizendo que depois de os escombros terem ido para uma vala e ter sido coberto pelo barro/terra o terreno estando limpo foi aproveitado pelos funcionários do INCRA para ser semeado sementes de arroz no local onde haviam existido dias antes a "Vila da Palha" e devido à fertilidade da terra, as muitas chuvas ? características da região ? na inauguração o arroz semeado já tinha uns quatro a cinco cm. de altura.Em 12 de Abril aparecia um grande campo verde no local da antes expoente VILA DA PALHA.
Nota-se diante de tudo o que foi visto em relação ao assunto ? inauguração de Rurópolis ?que os autores do projeto jamais queriam que num dia de exuberante solenidade, a inauguração de planejada Rurópolis, houvesse a existência de uma favela, pois a Rurópolis Presidente Médici foi fruto de Planejamento e era imperdoável que os seus engenheiros permitissem a existência visível de problemas aos quais vinham fugindo. As favelas pertinentes as grandes metrópoles. Rurópolis Presidente Médici Foi Milimètricamente Planejada, "num plano mais ambicioso, surgiu a idéia de rurópolis num projeto apresentado por um arquiteto carioca que previa a construção de diversas cidades nem etapas sucessivas, dentro de um planejamento urbano nacional". (Araújo, op.cit.p.76).

Assim a única rurópolis que deveria ser preservada, nem que para isso fosse necessário sacrificar dezenas de seres humanos, deixando-os ao relento, sem moradias. Com a lâmina de um trator de esteira e com fogo, eram assim resolvidos os primeiros problemas da colonização que tem como eixo a transamazônica e Santarém-Cuiabá... "Leroy 1991".

Podemos observar que o governo tinha pressa em povoar a "nova" área. O governo estimulou propagandas e estas eram feitas de uma forma tão maravilhosa que pregava o paraíso do deserto onde se colheria leite e mel ou seria leite e fel e eram tantas as propagandas que atraíram centenas de migrantes que foram jogados na mata às margens da Transamazônica. Os lotes onde os colonos chegavam para desbravar as matas para que pudessem construir suas moradias e plantar o sustento de suas famílias.
Na inauguração de Rurópolis foi oferecido um banquete a base de churrasco a toda a população. A inauguração da cidade Presidente Médici pelo próprio general é atribuída aos gaúchos, que formavam uma classe relevante o papel de "churrasqueiros oficiais", conta Leroy.
Esta situação se firma na fala do entrevistado:

No dia da inauguração os técnicos do INCRA mandaram matar vários bois para fazer o churrasco. No local onde estava sendo feito o churrasco foi cercado de arame farpado para que não fosse invadido pela população, mas foi em vão, o povo invadiu, muitas pessoas se machucaram, era cerca caindo, gente levando bacias de carne para suas casas, uma bagunça total. (José Luis dos Reis-07/07/2011).

Nesse episódio contado pelo Sr. José Luis chega-se as seguintes conclusões:
A de que esse povo era mal educado ou outra conclusão, a mais sensata, a de que se concluirá com uma indagação. Será que este povo não teve razão suficiente para invadir os locais onde estavam as churrasqueiras cheias de espetos com carne que aparentemente, se apresentava aos olhos de quem os via, saborosas. Imagina só, - ser convidado par uma festa e ficar do lado de fora assistindo alguns privilegiados saírem com churrascos inteiros enquanto eles que há muito tempo não provara o sabor da carne bovina ficavam somente olhando em uma festa que deveria ser para todos?
Veja o que fala um depoente anônimo de 96 anos morador d distrito Divinópolis KM70 que trabalhou como churrasqueiro oficial na inauguração de Rurópolis:
"Na hora a gente não tinha consciência, a gente ficou triste, mais fomos pensar sobre isso. E fomos analisar que estava muito correto. Se nós tivéssemos no lugar dessa massa, era isso que tinha que ser feito, eu era um que teria puxado a massa pra fazer isso. Mas como eu estava sendo usado lá dentro, então criaram aquele preconceito no pessoal: o nordestino contra o gaúcho... Então foi aí o primeiro sinal de consciência da gente. [...] (LEROY, 1991.p.75).
A situação exposta pelo depoente na obra de Leroy se observa que houve um desabafo, neste é apercebido claramente que a cúpula do INCRA para fazer o churrasco da inauguração. Ele diz também que a atitude tomada por parte dos técnicos do INCRA foi uma forma de jogar os nordestinos contra os gaúchos, criando entre ambos um clima de disputa.
Diante do estudo feito pode-se confirmar que a política de colonização trouxe pessoas de diversos estados brasileiros, cada um com suas tradições e seus costumes. E aproveitaram o momento da inauguração de Rurópolis para demonstrar alguns traços culturais que se formava dentro da nova cidade vindo de outras regiões que num processo harmônicos entravam em fusão no ato da inauguração os povos vindos dos mais diversos estados aproveitaram para mostrar o resultado da fusão cultural que ali dava início, com danças e comidas típicas de cada Estado.

Participamos sim, tanto que o Presidente Médici veio aqui na nossa casa nos visitar e, lá também no dia nós também apresentamos uma dança folclórica. Cada Estado apresentava sua dança folclórica, nos mais outros casais representamos o Rio Grande do Sul nesta inauguração.

E ainda o Sr. João Maria reforça estes traços dizendo: "Na festa de inauguração houve apresentação de danças folclóricas, cada Estado eles apresentaram uma dança. Foi apresentada a dança da mangaba lá do Maran hão". Os depoimentos coincidem, reforçando a veracidade dos fatos ocorridos no ato da inauguração de Rurópolis.

2.3 ESTRUTURA HIERARQUIZADA DO NÚCLEO URBANO: AGROVILAS, AGROPÓLIS E RURÓPOLIS.

O INCRA implantou no Estado uma estrutura hierarquizada de centros urbanos administrativas e residencial e buscava concretizar o conceito de urbanismo rural. Constituíram-se três níveis hierárquicos: as agrovilas, as agrópolis e as rurópolis. Fez-se necessária a montagem dessa estrutura porque, antes da colonização, a área era praticamente desprovida, menos as cidades de Marabá, Altamira e Itaituba e, dessa forma, poderiam atender às necessidades sociais, culturais e econômicas do meio rural. Os agricultores não eram para morar em seus lotes rurais destinados a agricultura, eles deviam morar em seus lotes rurais destinados a agricultura, eles deviam morar nas agrovilas-unidades básicas do sistema urbano ? formadas por um conjunto de 48 a 60 lotes, com igual número de casa. As agrovilas tinham por finalidade a integração social dos parceleiros e ficavam localizados num rio de 5 km, constituindo bairros rurais compostos por uma unidade médica, uma escola de 1º grau, um estabelecimento comercial, uma igreja, um centro comunitário, um campo de futebol e, em alguns casos, um armazém para abrigar os produtos advindos da agricultura.
As rurópolis seriam pequenos centros urbanos com função agroindustrial, cultural e administrativa, com uma população de aproximadamente de 1.500 a 4.000 habitantes. Disponibilizando de comércio diversificado como cooperativas, pequenas indústrias, oficinas mecânicas, restaurantes, hospital-enfermaria, bancos, correios, telefones, escolas de 1º e 2º graus, etc., cada agrópolis exerceria influência sobre o conjunto de 8 a 12 agrovila num espaço de abrangência de 10 a 20 km. Essas rurópolis funcionariam como um pequeno pólo de desenvolvimento. Abrigariam até 20.000 habitantes, destinados a dar suportes econômicos e sócios culturais as agrópolis e agrovilas, com prestação de serviços específicos como cinemas, aeroportos, hospitais, hotéis, bibliotecas, comércios, além de dar apoio às indústrias de utilização dos recursos naturais existentes no local/região.
Diante do projeto de criação dos núcleos urbanos (agrovilas, agrópolis e rurópolis), pensando que estes seriam uma solução para que o plano de colonização viesse a dar certo, contudo podemos concordar que não deu certo, pois o objetivo dos colonos morarem nas agrovilas tinham como finalidade na incorporação dos colonos, e isso não aconteceu. A maioria dos colonos que chegaram à Transamazônica teve que construir suas próprias casas nos lotes de 100h e ali como conta em entrevista José Luiz dos Reis (meu pai).

Quando chegamos aqui fomos jogados a nossa própria sorte. Eu tive sorte. Só éramos eu e minha mulher, tua mãe e outros que chegaram com a família inteira. Era um sufoco. Bem quando eu cheguei aqui foi preciso fazer um barraco de palha de coqueiro pra gente poder dormir e se proteger das chuvas e dos bichos. A gente fez esteiras e forramos o chão e aí todo mundo que estava ali dormia no chão em cima das esteiras. Foi um período muito difícil, era um período de muita chuva e às vezes molhava dentro do barraco. Os filhos do meu compadre choravam devidos também o frio que fazia e além do frio a gente sentia muito medo. Tinha muita onça pintada e elas uivavam, vinha no terreiro, no segundo dia eu matei uma atrás do barraco que a gente tinha feito. Dei as crianças e as mulheres choravam querendo voltar com medo.

Na fala do entrevistado é notado que foram muitas as dificuldades. Os colonos chegaram no seus prometidos lotes e não encontraram casas, e a solução foi construir barracos de palha para abrigarem as famílias como contou o senhor José Luiz dos Reis, arriscando a vida de todos que estavam ali, servindo de alimento para as onças o serem picados por cobras venenosas e outros animais e ainda contrair doenças como a malária e hepatite que eram muito comuns na época.
" As experiências de colonização no Brasil tem provocado exaustivamente que só a terra não basta. A ausência de núcleos urbanos apoiando a ocupação do campo provoca o êxodo rural para as cidades. Através destas informações podemos confirmar que o plano de urbanismos rural tem por fim o não cumprimento de sua função idealizada. O compromisso que o governo havia assumido era o de construir a infra-estrutura de apoio, conforme a proposta de programa de colonização: assistência médica, escolas, assistência bancária e de correios, etc., e isso não foi cumprido. Abandonados à própria sorte, muitos colonos, aflitos e sem nenhuma esperança, deixaram suas terras, muitas das quais foram anexados aos grandes latifundiários.
A abertura da Transamazônica provocou grande resistência, principalmente nos grupos militares e empresários, que não concordavam com a transferência dos recursos financeiros destinados para o Nordeste, por meio de incentivos fiscais existentes na época, para a região Norte, pois se imaginava que poderia ocorrer uma grande migração para essa região, promovendo um "esvaziamento" no Nordeste. Para os nacionalistas, estavam abrindo a possibilidade de exploração do subsolo por grupos estrangeiros, mas o Ministro Campos Sales foi quem fez as críticas nas enfáticas sobre a construção da estrada. Dizia ele:
[...] um dos problemas com a construção da estrada era ausência de interesse em verificar a sua "viabilidade econômica". Além do mais, o fato é que o plano fora recebido com muito mais entusiasmo nom centro Sul do que no Nordeste na própria Amazônia. As pessoas nessa região pareciam as mais favoráveis à integração com o C Centro-Sul desenvolvido do que a integração entre as duas regiões miseráveis. Na opinião de campos a estada era mais valiosa politicamente do que economicamente. (VELHO, Capitalismo autoritarismo e campesinato. São Paulo: Difel, 1979.p.211). O qual nos confirma: " Nós vamos empurrar a fronteira à conquista de um novo país". Em 09 de outubro de 1970, o Presidente Emílio Garrastazu Médici fez a sua primeira viagem à Amazônia. Podemos observar na figura abaixo, uma placa fixada num tronco de uma castanheira simbolizando o início da obra, na qual se lê:
Nestas margens do Xingu, em plena selva amazônica o senhor presidente da República dá início TRANSAMAZÔNICA: numa arrancada histórica para conquista e colonização deste gigantesco mundo verde. (LEROY, 1991.p.13)

De acordo com algumas informações, quando o presidente Garrastazu Médici foi até Altamira inaugurar o início da construção da Transamazônica a placa foi cravada no tronco de castanheira recém cortada, que ficou conhecida popularmente como "Pau do Presidente". Imediatamente este foi fotografado e publicado em jornais, livros e revistas da época.


2.4 O ABANDONO DO PROJETO DE COLONIZAÇÃO

Quando o Governo Federal a partir de 1970, implantou o projeto de colonização, estes constituíram uma opção política no sentido, não apenas ocupar os vazios demográficos, mas também como uma forma de avaliar as tensões sobre a Terra, em regiões como o Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Por ouro lado, a propaganda do governo e o fácil acesso pelas estradas foram responsáveis por atrair imigrantes em busca de lotes para neles se estabelecerem. Só que esses projetos não atraíram somente os sem terra, mas também milhares de pequenos proprietários do Sul e do Sudeste que venderam suas terras e foram aventurar a aquisição de grandes glebas com o dinheiro obtido das vendas.
Segundo Magalhães (1990), a partir de 1974 o INCRA retirava a ajuda governamental, afastando a colonização oficial o segundo plano e passou a incentivar a colonização particular. Fora extintos os Projetos Integrados de colonização (PICs) e as explorações longo das rodovias.

A colonização é um aspecto importante para explicação do povoamento e da ocupação d Amazônia. Foi considerada "solução" política mais elaborado; todavia, foi sabiamente uma das mais problemáticas. Os governos militares privilegiaram a colonização dirigida, logrou êxito e que se inspiravam em uma visão dualista: de um lado, a colonização espontânea realizada pelos ocupantes: de outro, a colonização dirigida sob o controle do Estado, que se apresenta como mecanismo de controle dos conflitos fundiários. (MARIN, p. 332).

O projeto de colonização da Transamazônica foi importante para ocupar o vazio demográfico, mas a maneira como foi criado provocou precipitações na sua implantação. E infelizmente o sucesso esperado da colonização oficial não aconteceu e para isto podem ser apontados vários fatores para esse fracasso: falta de infra-estrutura, comercialização intensiva de terras, especuladores e grileiros, desinteresse dos nordestinos, os fatores naturais e outros que implicaram a desistência deste grande e audacioso projeto. Para a época, é claro.
A rodovia Transamazônica, logo após ser dada por concluída em 1974, o projeto de colonização dirigida pelo INCRA já era considerado fracasso, inclusive por órgãos de planejamento governamentais, que atribuíam esse insucesso, principalmente a grande e não prevista migração espontânea e abaixa produção agrícola.
Mas, de acordo com LEROY, essas afirmações eram infundadas.

... " sem essa migração espontânea, o fracasso da colonização seria ainda maior. As desistências foram muito mais acentuadas entre os colonos trazidos pelo INCRA do que entre aqueles que chegaram a Transamazônica por seus próprios meios: além disso sem estes últimos migrantes, a colonização oficial dirigida já teria sido substituída pela colonização empresarial"
A afirmação do autor é bem precisa. Os colonos que vieram para a região neste período enfatizado, em busca de melhoria de vida não estão mais em seus lotes e muitos não estão nem no município. Já voltaram com a seus locais de origens ou foram para outras cidades da região, devido seus anseios não serem alcançados e devido, também e principalmente as grandes dificuldades encontradas e enfrentadas pelos colonos a partir que o governo abandona o projeto. Segundo a revista manchete em 1974 que dizia:
[ ...] cerca de três mil famílias foram trazidas do Sul e do Nordeste depois surgiram as críticas sobre o paternalismo desse procedimento. Agora a "estrada está aberta: quem quiser vir venha" - ... A nova política também suprimiu a ajuda de custo mensal. Nos últimos meses a colonização tem sido espontânea. (ARAÚJO, op.cit.).
Porém, apesar desse novo redirecionamento da política de governo e de colonização, a migração espontânea não parou, ao contrário, se intensificou mais ainda, provocando crescimento dos custos urbanos e dos pequenos núcleos urbanos. A modificação do território teve importantes conseqüências políticas, grande parte desses núcleos de colonização se tornou sede de novos municípios.
Enquanto os projetos de colonização oficiam eram abandonados, o governo dá nova prioridade aos planos de alienação por meio da licitação.
Em 1975, assiste-se à colonização particular organizada por grandes empresas, como se observa no Mato Grosso com a SINOP, e no Pará. O Estado participou em ações para contemplar os interesses das empresas-terras e trabalho e de pequenos proprietários sem terra com possibilidades restritas de acesso aos lotes.

Assim o governo passou a dar todo apoio aos proprietários causando prejuízo aos pequenos colonos. Com isso surgem na região grandes grupos que adquiriram vastas áreas de terras e que foram responsáveis pelo início dos conflitos agrários emergentes na Amazônia. Para PANDOLFO (1994), o que causou o fracasso de projeto de colonização foi a crise do petróleo em 1973, o que fez aumentar os custos das rodovias o que faz o governo desativar o modelo de colonização e, assim, passar a direcionar os investimentos para segundo modelo de ocupação regional.

Baixa fertilidade do solo: a ilusão de encontrar terras, rochas de alta fertilidade, atraiu muitos agricultores. No entanto, como se demonstrará, as terras da Amazônia são extremamente pobres. Suprimida a floresta, o solo se degrada e após três anos de plantio só mediante adubação se consegue produzir alguma coisa. Tal fato encarece a produção, desestimulando o agricultor. Observa-se, ainda que o proprietário só pode utilizar 50% de sua área (código florestal.44), mantendo os outros 50% com cobertura florestal obrigatória. É sabido que o solo Amazônico aparente uma falsa fertilidade logo após a derrubada do mato. Isso acontece porque enquanto ele está protegido pela floresta mantém uma camada de húmus de boa qualidade, mas bem superficial. Por razão, no primeiro plantio, logo após a derrubada, a produção é excelente, depoisr4gt vai caindo até tornar-se invariável, economicamente. (Magalhães,1990 p. 52).
Esta afirmação acima, feita por Magalhães é outro fator responsável pela falta de sucesso de colonização planejado do Governo Federal. A afirmativa se ajusta com a fala do senhor Lino Frohlich, 63 anos, gaúcho, ele veio para Rurópolis em busca d terra prometida, em 1973, hoje ele e empresário. Ele dizia por telefone em 2008.
Nós fizemos uma safra muito boa no primeiro ano. O INCRA arrumou uma semente muito boa, naquele ano era impossível uma safra melhor, nós, naquele ano chegamos a colher uns 80 a 85 sacas de arroz por hectare e o preço era razoável, dava pra gente vender sem ter prejuízo. Durante três anos a gente ganhou muito dinheiro com arroz. Daí depois começou a cair o preço, a semente já era de qualidade e a própria terra também com duas ou três safras perdia a sua qualidade sendo preciso fazer uma rotação de cultura pra recuperar a fertilidade.
Numa conversa informal, de visita em campanha eleitoral do sindical dos trabalhadores rurais no ano de 2008 o senhor Lino ao se emocionar com que estava acontecendo evento democrático de representação aos trabalhadores do campo, nós porque ele era agricultor, pois agora é comerciante. Mas, por tudo que a terra lhe deu e ensinou. Na sua fala ele a diz que no primeiro ano a safra de arroz foi muito boa e este era vendido para o governo que pagava um preço alto por cada saco de arroz. Seu Lino relata que após dois ou três anos de plantio, o solo foi perdendo a sua fertilidade, e em conseqüência a queda da produção com isso a mão-de-obra ficou mais cara e desse modo, já não conseguiu mais obter lucro com esse tipo de lavoura. Como se podem observar as afirmações do depoente, feita por telefone se ajusta à afirmação feita na citação anterior retirado do livro "A ocupação desordenada na Amazônia" de Juraci Perez Magalhães, pois o solo da Amazônia é pobre, não sendo favorável a agricultura.
3. RURÓPOLIS : FORMAÇÃO HISTÓRICA E ECONÔMICA

As origens do município têm a ver com o Programa de Integração Nacional (PIN), instituído no ano de 1970 e implantado a partir de 1971. O objetivo do PIN era o de desenvolver um grande programa de colonização dirigido na Amazônia, trazendo trabalhadores sem terra de diversos pontos do Brasil, em especial do nordeste para povoar a região.
A rodovia transamazônica constituiu se no eixo ordenador de todo o Programa e, no Para, os trechos Marabá - Altamira e Altamira ? Itaituba foram objeto de planejamento especial e investimentos. No trecho da rodovia Transamazônica, situado entre os municípios de Altamira e Itaituba, deveriam ser construídos agrovilas. Conjunto de lotes urbanos que eram destinados aos colonos assentados no local os quais receberam, também, lotes rurais, onde desenvolveriam suas atividades econômicas, a qual abordaremos mais tarde.
Também fazia parte do programa a construção de agrôpolis: (reunião de agrovilas, cujos polarização se dava em torno de um núcleo de serviços urbanos) e de rurópolis (um conjunto de agrôpolis). Na verdade, foram implantadas varias agrovilas, apenas uma agrôpolis (a Brasil Novo, no km 46 do trecho Altamira - Itaituba) e, finalmente, as proximidades do cruzamento da Transamazônica com a Rodovia Santarém ? Cuiabá, foi construído apenas uma rurópolis ? a Presidente Médici.
A atual cede do município de Rurópolis constituísse exatamente no núcleo original daquela rurópolis planejada e implantada e para a qual continuam nos anos seguintes, a chegar migrantes de outras partes do Brasil. Como município autônomo,foi pela lei n°5.446, de 10 de maio de 1988,é instalado a primeiro de janeiro de 1989, durante o governo de Hélio Mota Gueiros,com área desmembrado de Aveiro.Está constituído somente pelo distrito de Ruropolis,antiga vida que,pelo ato de criação do município,passou à categoria de cidade.
A falta da atuação do governo federal sua região reflete-se na ausência de assistência técnica, credito bancário e o péssimo estado das rodovias e estradas vicinais,que colocava em risco as atividades econômicas da região.A ruropolis Presidente Médici vinha tendo um notado crescimento que era maior do que a própria sede do município de Aveiro,conseqüência negativa de sua própria posição estratégica privilegiada,suas com uma relação desigual entre o distrito e a sede municipal visto que o mesmo não recebia nenhum investimento publico da prefeitura de Aveiro que fizesse justiça ao seu dinamismo econômico e social.O distrito de Ruropolis e a sede do município de Aveiro não tinha nenhum tipo de ligação rodoviária e nem fluvial as relações comerciais do mesmo eram realizadas com município de Santarém e Itaituba,facilitadas pelas rodovias transamazônica e Cuiabá-Santarém. Com base na preocupação já citada, visando solucionar tais problemas que atrasava o desenvolvimento econômico e social, é que a população do distrito de ruropolis passa a reivindicar a sua emancipação, ou seja, a separação administrativa do até então distrito, do município de Aveiro.
Foi promovida uma mobilização de todos os setores da sociedade a luta pela emancipação da rurópolis. No dia 12 de fevereiro de 1987 foi formada uma comissão provisória pro ? emancipação, composta pelas seguintes membros: Paulo Bartolini (agricultor) Francisco Xavier Galvão (comerciante) Aprigio Pereira da Silva (técnico da CEPLAC) João Carlos de Oliveira (Professor), Elpídio Pereira da Silva (Professor) e colaboradores como: José Inácio Diniz, José da Penha Ferreira Soares, Amaro Albertino (vereadores do município de Aveiro), Zerice da Silva Dias (executor do INCRA PIC Itaituba). Essa comissão elaboraram documentos que foram encaminhados à Assembléia Legislativa do Estado do Pará solicitando a emancipação político-administrativa desta rurópolis.
No dia 24 de abril de 1988, foi realizado um plebiscito, com um resultado favorável a emancipação e onde foram vencidas todas as etapas legais na Assembléia Legislativa do Estado. Rurópolis foi finalmente emancipado e criado um novo município pela Lei Estadual 5.446 aos dias 10 de maio do ano referido acima, como já foi citado no curso desse trabalho. Abrangendo uma área territorial de 6.922,96 km2, desmembrado do município de Aveiro, mas devido algumas alterações realizadas pela criação de novos municípios na região Oeste do Pará o município de Rurópolis foi agraciado com mais uma pequena área, ficando na atualidade com as seguintes dimensões geográficas de 7.021 km2. Estes dados foram colhidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2006.

3.1 TERRA PROMETIDA

O incentivo a inauguração para a colonização da região amazônica feita pelos governos militares, por meio da implantação dos grandes projetos, a parti da década de 70, com a abertura da transamazônica Rodovia de integração nacional, construída pelo Governo Federal do general Emílio Garrastazu Médici. As primeiras famílias de agricultores que chegaram aqui impulsionadas pelas vantagens oferecidas pelos programas do governo na década referida que se procedia da região Sul, Nordeste e da própria região Norte, para a ocupação da área de abrangência do PIC - Itaituba. Os mesmos chegavam aqui com as despesas pagas pelo Governo Federal, incluindo passagens aéreas e de ônibus de acordo com a disponibilidade existente, ranchos, salários por seis meses, ferramentas, etc. O Presidente Médici objetivava colonizar a região, conforme o slogan que se torna na época a marca do governo, "Integrar para não entregar", pois, como já foi citado em outros momentos deste trabalho. O Presidente Médici tinha mandado construir às presas transamazônica, sob o protesto imediato de acabar com a fome no Nordeste, mais como o real e patriótico intuito de entregar as mãos brasileiras, terras que pertenciam muito mais aos estrangeiros que aos seus legítimos donos. (GOMES, OP. Cit. P. 101)
Esta afirmação se confirma com o depoimento de João Biopo e Dona Ivone Maria entrevistados nos dias 15 e 29 ? 08 de 2005 o Sr. João diz:

Então a causa foi muito boa quando viemos guarnecer uma área que estava inabitada, que o estrangeiro queria tomar cauta de três ou quatro países que queriam tomar cauta dessa região naquela época. E o governo Médici [...] tomar essa medida para preservar ainda essa região que é nossa [...] (João Bispo- entrevistado)

A outra entrevistada afirma que. Aqueles incentivos do governos, naquela coisa toda, eu disse: vamos pra lá aquela lama do Governo Federal: " Integrar para não Entregar", né? É, a Amazônia era perseguida pelos estrangeiros.
Segundo os depoimentos do Sr. João e Dona Ivone, fica claro que uma das preocupações do governo era o medo de perde as terras fartas da Amazônia para os estrangeiros. Então resolveu desenvolver um programa de colonização da Amazônia através do Projeto Transamazônica e o período em foco que e "Integrar para não entregar" abordada pela fala de D. Ivone. E o Sr. João que viera cuidar da terra que pertencia aos brasileiros.
Com isso o governo Garrastazu favorece vários incentivos como por exemplo o acesso a terras, passagens rodoviárias como por exemplo o acesso a terras, passagens rodoviárias e aéreas pagas aos indivíduos que queriam e decidiam ir colonizar a Amazônia em torno da rodovia, ajuda de custa entre outras benefícios oferecido pelo governo, o que levou muitas pessoas a migrarem de outras regiões para esta região do país com o desejo de ganharem terras neste espaço territorial o norte do pais no estado do Pará ? para poderem melhorar suas condições de vida e acabar com aquela calamidade do sul o qual tornava suas vidas um caos.
Muitas pessoas vindas do estado do Maranhão, lá não possuem terras para construírem e produzir seu próprio sustendo. Então estes povos que sofriam com a falta de terra, seca e com falta de emprego nas grandes cidades, ouvindo falar de colonização da transamazônica, ficaram motivadas pela ajuda e o favorecimento dado pelo governo. Com isso resolveram migrar para o Pará.
Muitas pessoas que eram acostumadas a trabalhar com a produção agrícola La no Sul. Sendo, a terra nesta região muito cara e escassa. As famílias com números de membros muito grandes resolveram vir para o Pará onde havia terra em abundancia e barata na maioria das vezes de "graça". A migração fez muitas pessoas venderem tudo que tinham em outras regiões do pais, região de Origem e juntar o dinheiro da venda e ao chegar na transamazônica investir em terras e em algum meio de comercio. Esse fator de comprar terras aqui na transamazônica se dá em virtude o projeto de colonização ter sido abandonado pelo Governo Federal.
As pessoas que enfrentavam várias dificuldades nas metrópoles ao ouvir falar da colonização o som ecoou como forma de solução das tensões decorrentes da situação em que viviam e da impossibilidade de encontrar, no lugar de origem, condições de vida, Então a solução era migrar rumo ao Pará, para terras que corre "leite e mel" ou seria " leite e fel". As pessoas chegam povoam os espaços geográficos formando uma demografia populacional. Daí a Genesis de Rurópolis.

3.2 INAUGURAÇÃO DE RURÓPOLIS

Aos doze dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e noventa e quatro, 12/02/1994, com a denominação de Rurópolis Presidente Médice, que recebe este nome em homenagem ao então Presidente Emílio Garrastazú Médice, que veio prestigiar com sua presença a inauguração desta rurópolis. Rurópolis ao ser inaugurada com a presença do presidente da república já mencionado o povo brasileiro, responde ao desafio da história, ocupando o centro do mar verde.
A inauguração de Ruropolis foi fortemente estabelecido relação com o fogo, que lavram com intensidade a vila da palha. Veja o que diz Jean Pierre Leroy.

...A inauguração de Rurópolis Presidente Médici pelo próprio general... aconteceu no dia 12 de fevereiro de 1974, mais ficaria indiscutivelmente associada a um sinistro episódio acontecido dia 03 de fevereiro de 1974: o incêndio da vila da palha, em Rurópolis (Leroy, 1991.p.73).
Ainda segundo Leroy, com o apoio do INCRA a Vila da Palha começou a crescer, nela moravam os operários que trabalhavam na construção da rurópolis, colonos que não tinham casas e nem estradas nas vicinais onde foram assentadas e alguns comerciantes. A Vila da Palha localizada há 600 m da Rurópolis começou a ter um crescimento expoente, contando no final de janeiro de 1974 com cerca de 150 a 180 casas feitas de tabua e algumas cobertas de brasilite, mas a maioria com a cobertura de palha
Em 22 de Abril de 1974, alguns moradores da vila da Palha, numa reunião como Comissão de Justiça e Paz (CJP)-hoje denominada de JUPIC (Justiça e Paz é integridade da finalização das obras da construção de Rurópolis, avisou que as casas iriam ser queimadas. Como os moradores mostraram sua revolta, lhes foi informado que isso não irria mais acontecer. E assim, no dia seguinte, os colonos foram, trabalhar despreocupados. Em 03 de fevereiro, por volta de 14:00, os homens todos trabalhando, encontrando-se em casa somente as crianças e mulheres,segundo um depoente
"Iam chegando, riscando fósforos na casa e tocando fogo. A que não pegava fogo assim, jogavam gasolina e tocavam fogo. Teve casa que tocaram fogo pra câmara sair, a mulher e a empregada não saíram, tocaram fogo de um lado e teve de sair por outra parte, que queimou a rede, queimou roupa, tem gente que queimou tudo".
(CJP. Depoimento do senhor Leandro Barbosa da Silva.)

No governo Médici é que se realiza a que Juscelino Kubistchek já havia e excitado desde a década de 50 eu seus discursos progressistas e o referencia integração da Amazônia no restante do mundo.
Na década de 1970, no governo de Emílio Garrastazu Médici ( popularmente presidente Médici) é instituído vários programas nacionais que dão ênfase e são de suma importante tanto para abertura da transamazônica, para a colonização da Amazônica e também para instituição de Rurópolis. Então o plano de governo é instituído coordenar o processo de integração da Amazônia, sendo o PIN ?Programa de Integração Nacional, INCRA ? Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará ENBRAPA ?Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e outros órgãos que foram de suma importância no processo de Colonização pelo PIN ? Programa de Integração Nacional:

O programa de integração nacional (PIN), constituído no ano de 1970 e implantado a partir de 1971, pelo então presidente da republica Emilio Garrastazu Médici, tinha de desenvolver um grande programa de colonização dirigida na Amazônia, trazendo trabalhadores terra de diversão pauto do Brasil... para a Amazônia.
[...]
Para a implantação da transamazônica o pin assumiu estratégia da reforma agrária, no sentido de acolher o migrante tanto para instalar no Pará, quanto para produzir e integrar a Amazônia.
A Reforma Agrária é o conjunto de medidas que visam promover a melhor distribuição de terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios da justiça social, do desenvolvimento rural sustentável e ao aumento de produção. A concepção é estabelecida pelo estudo da terra. Na prática, a reforma Agrária deveria proporcionar:
-A desconcentração e democratização da estrutura fundiária.
- A produção de alimentos básicos.
- A geração de ocupação de renda.
- O combate a fome e a miséria.
- A diversificação do comércio e dos serviços no meio rural.
- A interiorização dos serviços públicos básicos.
- A redução da migração campo-cidade.
- A democratização das estruturas de poder.
- A promoção da cidadania e da Justiça Social.
Questiona-se também, se a Reforma Agrária desempenhou seu oficio junto a migração que se instalou no Estado do Pará. Com a implantação da Rodovia Transamazônica... (MESQUITA, Iran Alves de, 2007.p.12-13)

3.3 ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS

No início da colonização no local que corresponde à Rurópolis, os colonos desenvolveram formas tradicionais de utilização do solo como agricultura de subsistência, em que predomina o trabalho familiar, a pecuária extensiva que pouco utiliza os recursos técnicos disponíveis para melhorar a qualidade dos rebanhos e extrativismo vegetal, com a coleta da Castanha-do-Pará e da madeira. Mas, de maneira bem tímida a agricultura empresarial ou lavoura comercial tendeu a se desenvolver no município, sendo aplicado o capital por empresários, que utiliza a mão-de-obra assalariado.
Rurópolis é um município de território relevantemente pequeno, sem grandes recursos econômicos, sem os quais se tornou muito difícil proporcionar melhores avanços sócio-econômicos do município.
A principal atividade econômica deste está baseada na agropecuária, o mesmo apresenta grande potencial voltado para a pecuária extensiva e a agricultura familiar. Mas, outras atividades vêm se desenvolvendo no município como, por exemplo, o extrativismo industrial e comércio que na atividade chega a ser 50% a 60% da renda do município.
Desde o início do período colonial, quando o latifúndio monocultor e escravocrata predominavam, já existia no Brasil pequenas propriedades rurais baseada na agricultura de subsistência e no trabalho familiar. Nas últimas décadas com o processo de industrialização e com os avanços tecnológicos impulsionado pelo processo de globalização do campo expandiram-se as relações de trabalhos assalariados e também o trabalho familiar. Mas ao contrário do que ocorriam antes da década de 1970, os lavradores agora são subordinados a interesses do capitalismo e não produzem mais de forma independente.
No município de Rurópolis os pequenos agricultores sem capital produzem gêneros alimentícios para seu próprio consumo, produtos, como: a mandioca, milho, feijão, arroz, banana, urucum e etc., s quais são chamadas de cultura de subsistência produzidas pela agricultura familiar. Os produtores têm muita dificuldade de colocar seus produtos no mercado, devido as grandes distâncias e as péssimas condições das estradas, vicinais e até mesmo das rodovias federais, até pouco tempo atrás não mais que dois a três anos atrás e permanecendo em alguns locais do eixo Transamazônica, falta meios de transporte, a comercialização é controlado por um pequeno grupo de intermediário, o mercado local é restrito.
Uma das mais tradicionais culturas da região é a pimenta-do-reino, que se sabe, foi introduzida no Pará por imigrantes japoneses, que se instalaram na década de 1930 na região Bragantina. A produção era voltada para o mercado nacional e internacional. Contudo a produção da pimenta-do-reino no município teve uma considerável redução por causa do baixo preço pago no mercado e também pelas pragas que freqüentemente atacavam os pimentais. Outra cultura tradicional do município de Rurópolis é a do cacau, onde a produção é bastante expressiva, cultura que foi implantada pela CEPLAC - Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira na Amazônia em 1976.

3.4 DIVERSIDADE CULTURAL
Rurópolis é marcada por uma rica mistura de elementos culturais trazidos pelos povos migrantes. A cultura de Rurópolis se diversifica com os traços da cultura nordestina, sulista, e paraense, esse fator marca notadamente as manifestações culturais do povo rurópolense. As manifestações podem ser vista através as danças, e festas que são realizadas, não só na cidade, mas em todo o município e na maioria das vezes essas manifestações culturais são apresentadas pelas escolas de todo o município durante alguns meses do ano principalmente no mês de junho onde os tracejo culturais são apresentados de forma marcantes.
A diversidade cultural citada acima, nesta cidade, pode ser apresentada através da culinária. Pratos típicos. Cada um com sua originalidade, caracterizando a grande mistura de elementos culturas representada no município. Por exemplo, para se tomar chimarrão não é necessário ir ao sul do país, no Rio grande do sul, os migrante sulista e seus descendentes conservaram até hoje esse habito. Para degustar buchada - de ? bode, prato típico do nordeste, não é difícil, pais os nordestinos aqui residentes saboreiam constantemente esse delicioso prato e para tomar tacacá, prato típico paraense não precisa ir até Santarém, a região ribeirinha ou a Belém onde se concentra a população que deu origem a esse prato típico, essa iguaria pode ser encontrado na própria cidade. Aqui não posso deixar de menciona o churrasco que também faz parte da culinária rurópolense.
Outra manifestação cultural que mexe com o povo brasileiro em fevereiro é o carnaval. Rurópolis também tem seu próprio carnaval, diferente das grandes metrópoles, tendo características próprias com a cara do seu povo, que gosta de carnaval e que assim como em outras cidades brasileira sai e cai na folia. Muitas aqui também fazem a mesma expressão sua paixão pelo carnaval durante os dias de festa.
Para falar de pluralidade cultural do povo rurópolense não se pode esquecer que a partir da fusão tradicional e cultural Rurópolis, tem-se um símbolo folclórico que representa a mistura de elementos culturais e folclóricos que fazem parte da historia deste povo brasileiro. O Uirapuru é um pássaro que representa o mistério da Amazônia e, ele faz se presente nas moitas do município de Rurópolis com o encanto melodioso de seu cantar que faz emudecer a natureza, como se fosse um som de representação sobrenatural, trazendo paz, harmonia ao meio onde se faz presente. Este pássaro também existe em outras regiões é tido como símbolo folclórico de Rurópolis, a dança do Uirapuru surgiu da fusão dos costumes, das migrantes das diversas regiões do país, que aqui se fixaram, trazendo consigo suas cultura, mitos e lendas. Essa dança em nosso município apresenta ? se como símbolo principal uma bandeira folclórica do pássaro Uirapuru.
A professora Maria José dias Aguiar compôs uma musica para essa representação folclórica. Além desta representação folclórica o Uirapuru, no município, existe outras representações folclóricas que também maca a cultura de Rurópolis, as quadrilhas juninas, danças de boi tipiti dança do boto, dança gaúcha (vaneirão), folia de reis, dança da mangaba e outras que marca o folclorismo ruropolense.
Outra manifestação cultural que mexi com o povo brasileiro em fevereiro é o carnaval. Rurópolis também tem seu próprio carnaval, diferente das grandes metrópoles tendo características próprias com a cara do seu povo, que gosta de carnaval e que assim como eu outras cidades brasileiras saem e cai na folia. Muitos aqui também fazem o mesmo expressão sua paixão pelo carnaval durante os dias de festas.
O Festival de Culturas é uma das maiores manifestações sociais e culturais de Rurópolis, neste ano de 2010 realizou-se a terceira edição O MAAUAÇU. O evento não tem fins lucrativos, acontece para celebrar aniversário de Emancipação do Município e mobiliza tanto Rurópolis quanto os municípios vizinhos, envolve amplamente a sociedade civil organizada as comunidades da zona rural e urbana e principalmente a comunidade escolar.
Para falar de pluralidade cultural, do povo ruropolense, não se pode esquecer que a partir da fusão tradicional e cultural ruropolis tem uma cultura diversificada. Temos um símbolo folclórico que representa a mistura de elementos culturais e folclóricos que fazem parte da historia deste povo brasileiro. O Uirapuru.
O uirapuru é um pássaro que representa o mistério da Amazônia e, ele faz-se presente nas noites do município de ruropolis com o encanto melodioso do seu cantar que faz emudecer a natureza, como se fosse um som de representação sobrenatural, trazendo pás, harmonia no meio onde se faz presente.

Com um canto longo e melodioso, sua "intenção" é outra: a atração para acasalamento. Esses cantos duram de dez a quinze minutos ao amanhecer e ao anoitecer, na época de construção do ninho. Durante o ano todo, o uirapuru canta apenas cerca de quinze dias. O canto do uirapuru ecoa na mata virgem. O som, puro e delicado como o de uma flauta, parece ter saído de uma entidade divina. Os caboclos mateiros dizem com grande convicção que, quando canta o uirapuru, a floresta silencia. Como se todos os cantores parassem para reverenciar o mestre.

Este pássaro também existem em outras regiões tido como símbolo folclórico de ruropolis, a dança do uirapuru surgiu da fusão dos costumes dos imigrantes das diversas regiões do pais, que aqui se fixaram, trazendo consigo suas culturas, micos e lendas. Essa dança em nosso município apresenta se como símbolo principal, uma bandeira folclórica do pássaro uirapuru.
A professora Maria Jose Dias Aguiar compôs uma musica para essa representação folclórica, além dessa representação folclórica do uirapuru no município, existem outras representações folclóricas que também marca a cultura de ruropolis; quadrilhas juninas, danças de boi, tipiti, dança do boto, dança gaucha, (varrerão), folia de reis, dança da mangaba e outras que Marca o folclorismo ruropolense.
Outro evento tradicional em ruropolis e o baile das flores que foi criado pela secretaria de assistência social do município, sendo em 25 de maio de 1990 a primeira festa que marcaria como tradição a sua continuidade nos anos que se seguem, tornando umas das mais belas festas de ruropolis.
O Baile das Flores é uma das manifestações culturais mais importantes da cultura ruropolense. o baile está na sua XV edição. A festa, que reúne jovens e entre 15 e 17 anos, é realizada no salão do hotel Presidente Médici e em 2010 foi realizada no dia 26 de setembro e é coordenado pela secretaria Municipal de Ação Social de Rurópolis.
Tornando-se tão importante para o município essa manifestação cultural que despertou na assembléia legislativa cultural o interesse de outorgar a manifestação como Patrimônio cultural do município, firmando essa idéia veja que:

Assembléia Legislativa aprovou, nesta quarta-feira, 16, por unanimidade, projeto de Lei, de autoria do deputado estadual Airton Faleiro, que transforma o Baile das Flores, realizado em Rurópolis, em Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial para o estado do Pará.
Com o apoio da secretaria de cultura do município outros grupos folclóricos vêm se destacando nos últimos anos assim como também a exposição de artesanato e comidas típicas regionais. As danças são representadas por crianças e adolescentes que são preparados e orientados para tal façanha.

3.5 ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS

3.5.1 ? Atividades de Subsistência

Em consórcio com o cacau o cultivo da banana, principalmente cultiva a banana comumente denominada de pratinha, que apresentava e ainda apresenta relevância na agricultura do município. O município de Rurópolis mantém a tradição de exportar para Itaituba, Santarém e Manaus a sua produção.
O centro da cidade é composto por lojas de tecidos, farmácias e confecções em geral, supermercados e lojas de móveis e outros variados estabelecimentos comerciais, como por exemplo: armarinhos, mercearias, lanches, bares, lojas de autopeças, etc... E ainda há a feira livre municipal, que foi construída com a finalidade de facilitar a comercialização de vários produtos agrícola e agropecuários produzidos nos lotes agrícola.
Os produtos vendidos seguem uma rotina tradicional no município, só as segundas e quartas-feiras são os dias de maior movimentação comercial nesta feira. As pessoas levam seus produtos para serem vendidos. Os produtos da economia do município são: farinha, feijão, frutas, verduras, legumes, e além de produtos agrícolas e pecuários, são vendido produtos como: roupas encontradas em bancas e lojinhas, calçados, produtos importados, lanches, mini-restaurantes, bares, açougues, sorveterias e outros.
Como já foi observada, a atividade comercial no município não é a principal fonte de sustentação da economia local, mas, é um dos fatores geradores da economia. É comum encontrar estabelecimentos comerciais espalhados pelos bairros da cidade nas vilas e comunidades rurais, vendendo produtos alimentícios e outros. No comercio ruropolense é importante notar mesmo sendo reduzido o número de atividades comerciais, esse vem nos últimos anos, crescendo e gerando empregos principalmente na cidade, onde as atividades empregatícias poder ser: caixa de supermercado, balconista, entregadores, etc...

3.5.2 ? A Pecuária no Município

No Estado do Pará até a década de 1970, a criação de bovino (leiteiro e de corte) para consumo do Estado desenvolveu-se em poucas áreas de postagens naturais, formadas pelos cerrados e campos. Porém a partir desse período começaram a instalar-se no Pará poderosas empresas agropecuárias, que substituíram grandes trechos de florestas por pastos cultivados.
A pecuária dessas novas áreas e, no sistema de criação extensiva e destinado ao gado de corte. O gado é criado solto nos pastos, portanto precisando de grandes áreas de pastagens, para um atual crescente rebanho de bovino no Pará.
Nos rebanhos pertencentes ao estado, destaca-se também a criação de búfalos. Introduzidos nos campos inundados da ilha de Marajó no início do século, recentemente passou a outras áreas do mesmo Estado. O rebanho de búfalos no estado paraense representa 50% do total no Brasil.
Também na década de 1970, com a implantação das grandes rodovias federais no Pará, com destaque a Belém-Brasília, Transamazônica, Cuiabá-Santarém, onde foi implantados projetos de colonização pelo INCRA, surgiram novas áreas de criação de bovino, caracterizadas por pequenas propriedades, com pouco gado. Neste contexto no Município de Rurópolis se desenvolve como principal atividade econômica a agropecuária.
A criação de animais é uma atividade econômica importante no município, basta lembrar que o rebanho bovino, segundo o IBGE para 2010 era de aproximadamente 113.000 a 114.000 cabeças. Os rebanhos suínos e eqüinos são bem reduzidos.
Em Rurópolis ,a agricultura e a pecuária são do tipo extensivo, onde o gado é criado solto em grandes áreas sem cuidados ou com poucas aplicações medica para o gado, como resultado, e em conseqüência o rendimento é muito baixo. No entanto, a pecuária intensiva, o gado pode ser criados em currais ou em áreas de pastagens cultivadas. Os animais são de raça selecionada e recebem cuidados especiais. Por isso o rendimento é grande, ou seja, obtém-se grande produção de leite, carne e couro, com alta qualidade. Na pecuária extensiva ao contrário d intensiva, o gado vive solto em pastagens e com menos cuidados. A área para a criação do rebanho é maior, mais os investimentos são pequenos e o rendimento para o pecuarista é mínimo.
Em Rurópolis o rebanho bovino não tem uma qualificação racial na maioria dos casos. Mais alguns dos agropecuaristas vem tentando relacionar realmente seus grupos de animais. A raça Nelore é a mais preferencial. Diante do estudo feito, é percebido que a agropecuária já se impõe como um grande potencial econômico no município, despontando a bovinocultura com ________ cabeças. A criação de porcos, cabras, aves e peixes também se destacam como potencial econômico.
A produção de carne é comercializada no próprio município e em municípios vizinhos, para onde também é vendido aves, suínos e caprinos.

ATIVIDADES UNIDADES QUANTIDADE
2003 QUANTIDADE
2009
Bovinocultura Cabeças 59.599 112.044
Suinocultura Cabeças 8.940 2.401
Caprinocultura Cabeças 430 1.104
Ovinocultura Cabeças 2.400 3762
Piscicultura Cabeças
Avicultura Cabeças 88.173 40.050


Fonte IBGE/PPM
ELABORAÇÃO: IDESP/SEPOF
Rurópolis ? cidade emergente, por estar localizada numa área/região privilegiada no entroncamento das duas das duas rodovias mais importantes da região Transamazônica e Santarém-Cuiabá a sede Ruropolense vem progressivamente assumindo a função de entreposto comercial, se comparar o número de estabelecimentos comerciais do município que eram cadastrados pela secretaria da Fazenda ? SEFA, logo após a emancipação política é observável um crescimento considerável no período que sucede.
Segundo os dados do IBGE a agropecuária no município é composta de culturas temporárias e culturas permanentes, sendo a primeira cultura de curta duração, geralmente com ciclos vegetativos (...) inferior a um ano e que depois de colhidos, necessitam de um novo plantio. Ex.: algodão herbáceo, amendoim, arroz, batata inglesa, cebola, feijão, fumo, milho e soja e a 2ª cultura permanente são cultura de longo ciclo vegetativo, que permitem colheitas por vários anos sem necessidade de um novo plantio. Ex: algodão, arbóreo, banana, cacau, café, coco-da-baia, laranja, pimenta-do-reino, e etc...

3.6 Atividades Comerciais.

A estrutura comercial local até a década passada enfrentou grandes problemas referente a transportes, pois as rodovias por onde as mercadorias que abastecia o comércio era transportada ? Transamazônica e Santarém?Cuiabá ? nos períodos de muitas chuvas, alguns de seus trechos ficavam intrafegáveis e esse fator implicava e muito em problemas para o comercio local e para o comercio da região, dificultando o abastecimento do mercado, pois muitas mercadorias, principalmente as pecuárias se danificava durante a viagem, e com isso o comercio sofria com os prejuízos.
Contudo, após a emancipação de Rurópolis, o comércio local passou a receber investimentos diretos da prefeitura e da secretaria de infra-estrutura o que contribuiria estruturação da cidade, e dessa forma os comerciantes passaram a acreditar e investir no comércio interno, o que vem contribuindo cada vez mais para o crescimento do município paraense.
Para comparar dados de números de estabelecimentos comerciais no período de 1989 e 2010, apresenta-se ao quadro a seguir:

So no ano de 2011 RURÒPOLIS recebeu 31.753.817,48(milhoes0


Presidência da Republica - Controladoria Geral da União
s

Transferência de Recursos por Estado/Município

UF: PARÁ   Exercício: 2011

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Totais da Consulta
Descrição do total Valor
Total destinado ao Estado: R$ 12.596.413.823,33
Total destinado ao Governo do Estado: R$ 5.384.260.118,57
Total destinado aos municípios do Estado: R$ 7.212.153.704,76
Total destinado ao município RUROPOLIS: R$ 31.753.817,48
Selecione o(a) "Ação Governamental" para obter o detalhamento do valor
Caso queira outra classificação, clique no título da coluna correspondente
Função Ação Governamental Linguagem Cidadã Total no Ano (R$)
Assistência Social 2060 - Ações Socioeducativas e de Convivência para Crianças e Adolescentes em Situação de Trabalho Serviço Socioeducativo - PETI  8.000,00
Educação 8790 - Apoio à Alfabetização e à Educação de Jovens e Adultos   32.128,75
Educação 8744 - Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica   556.380,00
Educação 09CW - Apoio à Reestruturação da Rede Física Pública da Educação Básica Promed  593.670,19
Educação 0509 - Apoio ao Desenvolvimento da Educação Básica Promed  196.020,00
Educação 0969 - Apoio ao Transporte Escolar na Educação Básica PNATE  132.643,04
Encargos Especiais 099E - Auxilio Financeiro aos Entes Federados Exportadores Compensação de Exportação - CEX  60.986,55
Assistência Social 8662 - Concessão de Bolsa para Crianças e Adolescentes em Situação de Trabalho Transferência de Renda - PETI  125,00
Encargos Especiais 0369 - Cota-Parte dos Estados e DF do Salário-Educação Cota-parte dos Estados e DF do Salário-Educação  371.470,91
Educação 0515 - Dinheiro Direto na Escola para a Educação Básica PDDE  399.505,60
Encargos Especiais 0C33 - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB FUNDEB  11.552.008,92
Encargos Especiais 0045 - Fundo de Participação dos Municípios - FPM (CF, art.159) FPM - CF art. 159  11.617.197,22
Saúde 20AL - Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito Federal e Municípios Certificados para a Vigilância em Saúde Vigilância em Saúde  241.327,67
Saúde 20AB - Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito Federal e Municípios para Execução de Ações de Vigilância Sanitária Vigilância Sanitária  41.343,82
Saúde
Saúde 20AD - Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família PAB Variável - PSF  864.206,42
Saúde 20AE - Promoção da Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos na Atenção Básica em Saúde FARMÁCIA BÁSICA  183.946,80
Encargos Especiais 0999 - Recursos para a Repartição da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE-Combustíveis CIDE - Combustíveis  96.103,33
Assistência Social 8446 - Serviço de Apoio à Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família Indice de Gestão Descentralizada - IGD  59.478,16
Assistência Social 20B8 - Serviço Socioeducativo para Jovens de 15 a 17 anos Projovem Adolescente  20.100,00
Encargos Especiais 099B - Transferência a Estados, Distrito Federal e Municípios para Compensação da Isenção do ICMS aos Estados Exportadores - (art. 91 ADCT) Transferências - LC n.º 87/96 e 115/2003  34.036,92
Assistência Social 8442 - Transferência de Renda Diretamente às Famílias em Condição de Pobreza e Extrema Pobreza (Lei nº 10.836, de 2004) Bolsa Família  3.431.430,00
Encargos Especiais 006M - Transferência para Municípios - Imposto Territorial Rural Transferência - ITR - Municípios  31.659,66
Encargos Especiais 0547 - Transferências de Cotas-Partes da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Lei nº 8.001, de 1990 - Art.2º) CFEM  3.195,72
Encargos Especiais 0551 - Transferências do Fundo Especial dos Royalties pela Produção de Petróleo e Gás Natural (Lei nº 7.525, de 1986 - Art.6º) Royalties  180.909,91
Saúde 8719 - Vigilância Sanitária de Produtos, Serviços e Ambientes, Tecidos, Células e Órgãos Humanos Vigilância Sanitária  85.592,79

960.350,10