LEIA É IMPORTANTE
A origem e a formação
histórica de Rurópolis como também o processo de colonização da
Transamazônica que tem forte relação com o surgimento da cidade. Tendo
sua gênese vinculada ao Programa de Integração Nacional (PIN), criado
pelo Governo Federal, em 16 de junho de 1970, período em que o INCRA dá
início ao processo de criação dos Projetos Integrados de Colonização
(PIC?s) que tem a política de distribuição de lotes agrícolas, ao longo
das rodovias 230 e 163 e vicinais. A política dos PICs é de bases
citadinas e com esta base se criou uma hierarquização de urbanismo rural
(agrovilas, agrópolis e rurópolis), que objetivava atender as
necessidades que surgiriam com o tempo dentro dos espaços projetados
pelo Programa de Integração Nacional. Contudo, nasce Rurópolis, que na
década de 70, vem a ser o centro principal no esquema de urbanismo
rural.
Neste período, o governo militar, buscando materializar o plano de
desenvolvimento do Presidente Juscelino Kubitschek que almejava em seu
governo desenvolver o Brasil, caracterizado pelo lema de 50 anos em
cinco. Projeto esse que se estende ao governo de Emilio Garrastazu
Médici, com a necessidade de integrar o norte que se encontrava vazio
demograficamente e ainda sob ameaça estrangeira ao restante do país que
sofria com grande contingente de população urbana. Através de um modelo
de desenvolvimento econômico embasado na produção agrícola e ainda
promover reformas agrárias.
O governo Médici não limitou esforços para trazer "homens sem terra do
nordeste para a terra sem homens da Amazônia". Investiu fortemente em
propaganda a qual frustrou muitas pessoas mais tarde. A partir daí,
começaram a chegar colonos de várias regiões do país, incentivados pelo
projeto de colonização realizado pelo então Presidente da República,
Emílio Garrastazu. Esses colonos traziam consigo uma multiplicidade de
hábitos culturais que serão enfatizados no decorrer deste estudo.
É importante estudar como se deu a ocupação da Amazônia para entendermos
as condições sócio-econômicas dos colonos que se instalaram na
Transamazônica, no município de Rurópolis e visualizar o quanto a
colonização influenciou nas condições socioeconômicas, bem como as
modificações ocorridas a partir da vinda desses agricultores que aqui
introduziram uma nova organização social. Em vista disto, o fator
impulsionador deste estudo em torno da origem e evolução social, e
econômica da Rurópolis tem o propósito de entender toda a plataforma em
que está consolidada essa sociedade na atualidade, sem deixar de
enfatizar o que já sucedeu em tempos anteriores, pois como diz Eric
Hobsbauem "é preciso conhecer o passado para entender o presente".
Com a realização deste trabalho, pretende-se relevar a grande
importância desse projeto de construção no centro da região Norte e
esclarecer como realmente aconteceram os fatos através das "fotos
históricas: como a construção de um hotel de luxo em meio à Selva
Amazônica, colocadas em anexo. Também a visita de dois Presidentes da
República a colonos migrantes que vieram de outros estados do Brasil e
que abrigavam em torno da cidade recém-construída, além de outros fatos
que antecederam essas visitas, baseados em fatos expressos pela imprensa
da época, fotos e relatos orais dos migrantes, que foram as verdadeiras
construtoras dessa localidade.
Rurópolis aqui é vista pela motivação de sua construção e importância
dessa gigantesca obra, que surgiu em meio ao "mar-verde" do Brasil.
Procura-se compreender a formação social da cidade, atentando para o seu
processo cultural. No que diz respeito à política, busca-se neste
trabalho de Conclusão de Curso mostrar como se procedeu o
desenvolvimento do município e como se apresenta na atualidade,
enfatizando as políticas de governo do seu início até os dias atuais,
para então comparar os pontos positivos e negativos das mudanças nas
duas últimas gestões municipais e ainda destacar os avanços que houve
no governo do atual governo (2011), visando compreender suas
peculiaridades e perspectivas.
Este trabalho tem um objetivo de atingir um público alvo heterogêneo,
alcançando professores e acadêmicos do curso de história, a comunidade
em geral encontrará neste trabalho outras versões e análises históricas
sobre o Município de Rurópolis.
O trabalho se apresenta de forma gradativa, obedecendo a uma metodologia
exigida pela metodologia cientifica, desde a pesquisa bibliográfica e
oficial sobre a fundação de Rurópolis e a política de desenvolvimento
econômico,bem como a formação social de Rurópolis que, através de
pesquisa de campo com sujeitos da comunidades atuantes nas atividades
políticas, econômicas e sociais, trazendo fatos necessários à descrição
e análise dos depoimentos.
O enfoque metodológico envolve uma pesquisa fenomenológica que consiste
em interpretar as informações fornecidas pelas entrevistas no trabalho
de campo para contribuir na construção de uma história consistente não
somente do ponto de vista da história oficial, mas também da história
contada pelos sujeitos anônimos que são os "verdadeiros? construtores"
da "história".
Para a realização deste trabalho foi priorizado o enfoque metodológico
que trata a história social das comunidades como necessidade da
atualidade para resgatar a memória e identidade das pequenas
comunidades, com o intuito contribuir para a construção histografia
regional, descrevendo e analisando as informações dos entrevistados.
A partir de dados obtidos através da pesquisa bibliográfica e da
pesquisa de campo comparou-se a realidade pelos depoimentos de moradores
do município para se extrair a nova consistência histórica, buscando
desvendar fatos até então desconhecido pela sociedade ruropolense.
A organização didática deste estudo está distribuída em 3 capítulos: O
primeiro trata do ato de "Fazer história para ensinar", visando mostrar
que é possível construir a história a partir de experiências sociais dos
alunos, professores, de sujeitos anônimos, e recontar fatos
corriqueiros através de relatos orais, relacionando com as pesquisas
acadêmicas, organizando dados correlacionando aos fatos da história
oficial; no segundo capitulo, apresenta-se o histórico de Rurópolis e
informações sobre seus aspectos sócio-econômicos tanto da história
oficial do município quanto na visão dos moradores; o terceiro capitulo
revela as consequências que o município sofreu com a desistência do
Projeto e sua caminhada independente para continuar sua trajetória de
sobrevivência.
1. FAZER HISTORIA PARA ENSINAR.
1.1 ENSINAR HISTORIA.
Ensino da historia atualmente vem mudando consideravelmente, tendo em
vista que não se pensa mais em transmitir a história com base na
pesquisa e interpretação sob diferentes pontos de vista, de sujeitos
diferentes por diversos olhares, como exige esse novo modo de tratar a
história segundo o estudo de Maria auxiliadora Schmidt e Marilene
cainelle (2004) em ensinar história, no que refere ao conceito de
história local e o ensino de história, observa-se como diz às autoras
que "um dos principais problemas relacionados ao uso da história é a
definição e a abrangência disse conceito".
As autoras justificam sua obra explicando que ensinar história não é
transmitir os fatos ocorridos do passado, inclusive, sugerem em seu
livro que professores devem teorizar sobre o tema, debater o tema,
trabalhar atividades, ampliar debates e comentar bibliografias.
No livro, as autoras apresentam discursões sobre história do ensino da
historia, tanto como disciplina escolar quanto como ciência. O saber
fazer história em sala de aula é tratado como responsabilidade do
professor que aplicará o método da investigação e a construção do fato
história em sala de aula ajudando o aluno a construir conceitos,
respeitando os limites e possibilidades, destacando a importância da
temporalidade histórica, explorando a linha do tempo e o seu
significado.
Schmidt e Cainelle (2004) sugerem o uso do documento histórico em sala
de aula e as novas linguagens para construir a história local,
relacionar com a história nacional e universal, assim os alunos
juntamente com o professor preservam o patrimônio histórico, valorizam o
conhecimento para a criação de museus, utilizando também fatos do
noticiário da imprensa.
De modo geral, a proposta das autoras citadas é a que será utilizada
nesta monografia, no que se refere à construção da história regional e
local por meio de construção do saber oral. E isto com a possibilidade
de utilização em sala de aula como texto didático em que os alunos
também participam desta construção, pesquisando, investigando,
planejando, experimentando, debatendo, fotografando e entrevistando
sujeitos que participam do processo de construção da história no
presente, resgatando memórias história do passado para modificar com
qualidade o rumo futuro da história.
Borges (2009) em, seu livro "O que é história" apresenta a história da
história, desenvolvendo a pré-história da história e o seu aparecimento
como ciência. Trata da história teológica, da erudição, da razão e do
progresso dessa disciplina. Analisando o materialismo histórico e a
história acadêmica com suas perspectivas atuais no Brasil nas escolas e
no âmbito de sala de aula.
A autora citada afirma que, atualmente, a história no Brasil enfrenta
um grande desafio que é preparar professores e alunos para a produção
histórica, construindo saberes de forma "interdisciplinar, procurando
tornar possível o diálogo a partir de um diagnóstico do presente, sem
desconsiderar o passado mais com objetivos futuros, uma vez que não há
uma linha constante e progressiva de desenvolvimento na história da
humanidade para todas as sociedades e nações.
Silva (2003) discute o ato de ensinar história como dimensão do prazer
de conhecer. Nessa perspectiva, a escola surge como instituição
intelectual garantida através de recursos técnicos (instalações,
equipamentos, recursos humanos, recursos didáticos), além de valorização
do profissional com salários dignos. Ele sugere para trabalhar com
conhecimento histórico contemporâneo, o uso de recursos: bibliotecas,
arquivos, produções artísticas e participação em movimentos culturais.
No livro "Sociologia Rural", de Dulce Whitaker, encontra-se uma
abordagem em posicionamento ao método de investigação e coleta do
material investigado. A autora com seu grupo de acadêmicos que fazem a
pesquisa valorizam o "Diário de Campo" como uma premissa eloquente e
eficaz na coleta/registro de um estudo efetuado no caso da autora, os
registros sobre a sociedade no espaço rural.
Whitaker (2009) fala do respeito que todo pesquisador deve ter ao
registrar os dados fornecidos pelos sujeitos entrevistados em seu estudo
de campo. Deve-se registrar na íntegra o que o informante fala e esse
respeito não se refere ao registro de grafemas incorretos até porque o
sujeito informante não emite grafos em sua fonte de informação
fornecida, pois grafando de acordo o som emitido pela fala pode-se está
distorcendo o sentido de uma palavra e consequentemente comprometendo o
sentido da informação fornecida.
Quando se está produzindo um trabalho que tem enfoque social é preciso
privilegiar a historiografia local. Conforme se entende, essa
historiografia tem o enfoque desbravamento da Transamazônica e o
incentivo dado pelo governo às populações para que viessem "integrar
para não entregar" analisando os aspectos culturais, econômicos e
étnicos das populações, isto dentro de uma visão analítica , desvendando
o real propósito do governo federal para com a abertura das estradas,
fundamentando-se nas seguintes questões norteadoras: Que influência esse
processo teve para federação brasileira e na vida das pessoas? Quais
foram os benefícios para as populações que saíram de suas terras de
origem para desbravar tal espaço? Como está Rurópolis hoje e a quem se
deve seu crescimento econômico?
O intuito deste estudo científico será mostrar que os povos instigados a
vir para esta região, não receberam as promessas que lhes foram feitas e
que chegando aqui ficaram jogados à própria sorte do destino, que
marginalizados se adequaram ao ambiente de mata fechada e sem nenhuma
estrutura de moradia e nem saneamento básico para as famílias como ainda
é até hoje. O estudo vem mostrando que esse processo se deu na
perspectiva unicamente de atender interesse de um sistema governamental
elitista. Esta evidência é tanta que após os povos chegarem para cá
foram deixados sozinhos para enfrentar os desafios propostos pela
natureza ambiental e social, nesta perspectiva sempre privilegiando os
agentes participantes da construção histórica que são os sujeitos
anônimos vendo a diversidade histórica do Brasil.
1.2 A HISTÓRIA DA COMUNIDADE NOS TRABALHOS ACADÊMICOS.
Diante desta analise cognitiva, busca-se fundamento o processo
sócio-político e econômico do município de Rurópolis, despertando nos
alunos e professores a criatividade dos fatos históricos seja no
passado, no presente, com suas perspectivas de futuro. Analisando o
livro "Uma Chama Amazônica de Jean Pierre Leroy" 1991 (p35-37)
verificando se a grande possibilidade de professores e alunos obterem
este documento como recurso didático para conhecer melhor os motivos e
processo de fundação de Rurópolis Presidente Médici em 1971, fazendo uma
analise critica de como foi fundada Rurópolis e como foi desenvolvido o
Programa de Integração Nacional (PIN), implantado pelo governo federal
para atrair migração de varias regiões do país, em especial do Nordeste,
em prol de vantagens oferecidas pelo próprio governo como estimulo à
integração da Amazônia, formando, as agrovilas, as agrópolis e rurópolis
que recebiam estes povos vindos das mais diversas regiões brasileiras,
as quais foram projetadas para atender as necessidades de moradia, das
famílias que aqui chegavam, e de toda sociedades que se formavam dentro
das agrovilas e agrópolis as quais se destisnavam ás rurópolis que
tinham maior estrutura, tais como: colégio de 2ª grau, hospital com
medico para atender os doentes, sistema de correio, bancos e outras
estrutura que atendiam as carências surgentes na sociedade que se
marginalizavam em torno da transamazônica e dos programas do governo que
vinha com o propósito de programar o Projeto de Integração.
É importante afirmar que a história de Rurópolis tem estado presente
nos trabalhos acadêmicos, aqui é citado outros trabalhos como de Fabiano
Hector Lira Muller mencionado noutro momento dessa monografia e Iran
Alves de Mesquita, que busca reconstruir e contar a história, onde seus
construídos históricos sobre a abertura da transamazônica apontando as
problemática enfrentadas por povos que vieram de várias regiões
brasileiras na década de 1970, principalmente no nordeste do Brasil.
A região amazônica ao contrario do nordeste apresenta uma vasta extensão
de terras rodeadas de riquíssimos recursos hídricos que favoreciam a
agricultura e outras atividades de subsistência. Correndo o risco de ser
invadida por estrangeiros e sem homens para ocupar os vazios
demográficos. Então o presidente Garrastazu Médici viu na Amazônia a
solução dos problemas provocados pela seca e o inchaço urbano crescente
no nordeste e na região sul do país, desde muito tempo o governo via na
Amazônia uma fonte de riqueza incomparável ao restante do país. "Sendo
no governo de Vargas (1930 a 1945) que se deu maior importância para a
região com o chamado patriótico para ocupação da mesma.
Como o objetivo de implantar na Amazônia um grande projeto de
desenvolvimento econômico e social visando a exploração das riquezas
além de proteger essas áreas, Juscelino Kubitschek já citava na década
de 1950 em seus discursos progressistas, essa ocupação e integração do
norte com o restante do país.
Reforçando a afirmativa de Iran Alves de Mesquita, é visto que:
(...)
Com esse intuito criou-se através do decreto número 34.132, de 09 de
outubro de 1953 a ESPVEA (Superintendência do Plano de Valorização
Econômica da Amazônia) que tinha a finalidade de promover o
desenvolvimento da produção agropecuária e a integração da região a
economia nacional, pois, esta parte do país encontrava-se muito isolada
e subdesenvolvida. De acordo com as idéias da Superintendência do Plano
de Valorização Econômica da Amazônia (ESPVEA), a Amazônia seria muito
beneficiada, já que muito dinheiro seria liberado para os moradores da
região, em forma de crédito para plantio e criação de gado. Entre as
prerrogativas para a liberação de crédito estavam as de que "o projeto
deveria ser tecnicamente viável, além de passar por uma aprovação
rigorosa e por uma fiscalização atenta das aplicações atentas dos
recursos liberados". (RABELO e FERREIRA, 2005).
Contudo, esta monografia se fundamenta teoricamente nos livros "Ensinar
Historia" de Maria Auxiliadora e Marilene Cainelle e "uma chama da
Amazônia" de Jean Pierre Leroy e ainda em dois trabalhos acadêmicos que
tratam do assunto de Fabiano Hector Lira Muller que tratam do "Processo
de construção da rodovia Transamazônica e a Formação de Rurópolis.
(1965-1978) e no trabalho acadêmico de Iran Alves de Mesquita, que tem
por temática as Consequências da Implantação da Transamazônica e também o
livro da professora Maria José Dias (2005), o qual narra com uma ênfase
aprofundada na história dos pioneiros de Rurópolis, a partir das
revisões literárias existente sobre o assunto e relatos de pessoas que
viveram a realidade de um acontecimento histórico. Outro trabalho
acadêmico de destaque é o de Marcelo Ramos de Souza (2007) que trata da
Emancipação do Município e Itaituba, numa abordagem "social,
administrativo, político e econômico" o qual irá ser realizado para a
conclusão de curso quando se refere à emancipação de Rurópolis e
desmembramento do município.
A revista PRIMAX (1996) é outra fonte geográfica e histórica que traz
dados técnicos sobre a mineração no Tapajós com informações sobre
Rurópolis, localização, fronteiras e limites do município. Entretanto,
sobre o espaço urbano da cidade de Rurópolis há pouca literatura, porém o
que existe é bastante consistente, considerado a veracidade dos fatos
apresentado como trabalho acadêmico conta o livro "conhecendo Rurópolis"
da professora Maria José Dias Aguiar (2005) que mostra aspectos
históricos, geográficos e turísticos do lugar com depoimento de
pioneiros, mesmo que os aspectos políticos, econômicos e sociais
necessitem de maior consistência, visto que, por sua dinamicidade,
precisam ser atualizados conforme o crescimento socio-econômico do
município ao qual se propõe este trabalho .
Borges (2009) em, seu livro "O que é história" apresenta a história da
história, desenvolvendo a pré-história da disciplina e o seu
aparecimento como ciência. Trata da história teológica, da erudição, da
razão e do progresso dessa disciplina. Analisando o materialismo
histórico e a história acadêmica com suas perspectivas atuais no Brasil
nas escolas e no âmbito de sala de aula. A autora afirma que atualmente a
história no Brasil enfrenta um grande desafio que é preparar
professores e alunos para a produção histórica, construindo saberes de
forma "interdisciplinar, procurando tornar possível o diálogo a partir
de um diagnóstico do presente, sem desconsiderar o passado mais com
objetivos futuros, uma vez que não há uma linha constante e progressiva
de desenvolvimento na história da humanidade para todas as sociedades e
nações.
Silva (2003) discute em sua abordagem o ato de ensinar história como
dimensão do prazer de conhecer. Nessa perspectiva, a escola surge como
instituição intelectual garantida através de recursos técnicos
(instalações, equipamentos, recursos humanos, recursos didáticos), além
de valorização do profissional com salários dignos. Esse autor sugere
para trabalhar com conhecimento histórico contemporâneo o uso de
recursos como, museu, bibliotecas, arquivos, produções artísticas e
participação em movimentos culturais. Deste modo tem-se uma vasta
possibilidade da construção histórica valorizando os aspectos do
localismo estudado.
Em Whitaker (2009) encontra-se a abordagem diante do posicionamento ao
método de investigação e coleta do material investigado. A autora com
seu grupo de acadêmicos fazem a pesquisa valorizam o "Diário de Campo"
como uma premissa eficaz na coleta/registro de um estudo efetuado sobre
os registros da sociedade no espaço rural. Ela fala do respeito que
todo pesquisado deve ter ao registrar os dados fornecidos pelos sujeitos
entrevistados em seu estudo de campo. Deve-se registrar na íntegra o
que o informante fala, e com respeito e esse respeito não se refere ao
registro de grafemas incorretos até porque o sujeito informante não
emite grafos em sua fonte de informação fornecida, pois grafando de
acordo o som emitido pela fala pode-se está distorcendo o sentido de uma
palavra e consequentemente comprometendo o sentido da informação
fornecida.
1.3 - RURÓPOLIS NA HISTORIA OFICIAL.
Rurópolis era uma pequena agrópolis que tinha como proposta atender às
varias necessidades surgidas nas vilas e agrovilas que sugiram como
Plano Nacional de Integração (PIN) do Presidente Médici. O município de
Rurópolis foi criado pela Lei nº 5446, de 10 de maio de 1989, e
instalado em 01 de janeiro de 1979, no governo de Hélio Mota Gueiros, e
desmembrado de Aveiros. Está formado pelo distrito 7: Rurópolis, suas
origens esta vinculada as Programa de Integração Nacional (PIN) criado
em 1970 pelo governo federal, na gestão de Emilio Garrastazu Médici e
implantado a partir de 1971, para desenvolver um grande programa de
colonização na Amazônia, com trabalhadores sem terra de vários pontos do
Brasil principalmente do Nordeste, era o objetivo do PIN.
O eixo ordenador de todo programa era a rodovia transamazônica, sendo os
trechos Marabá-Altamira, Altamira-Itaituba, no Pará objetivo de
planejamento especial. Nesse trecho deviria ser construídas agrovilas
(conjuntos de 48 ou 64 lotes urbanos de 100 há). As moradias eram
destinadas aos colonos assentados no local que receberam lotes rurais
para suas atividades econômicas.
Conforme dados oficiais da história do município, cada agrovila deveria
ter uma escola de 1º grau, uma igreja ecumênica, um posto médico e um
armazém para produtos agrícolas. Além de serviços bancários, correio,
escola de 2º grau, telefone, fazia parte também do programa a construção
da agrópolis (reunião de agrovilas, polos eu torno dum núcleo de
serviços urbanos) cujo objetivo era atender a demanda de todas as
agrovilas do trecho da Transamazônica.
Entretanto, somente uma agropolis foi implantada: o Brasil Novo, no km
46 do trecho Altamira-Itaituba, sendo Implantado varias agrovilas.
Embora a construção de Rurópolis (um conjunto de agrópolis) prevista
pelo programa, as proximidades do cruzamento da transamazônica com a
rodovia Santarém-Cuiabá, foi construída apenas uma Rurópolis: o
Presidente Médici, atual sede recebe até hoje migrante de todas as
regiões do Brasil.
Rurópolis está localizado no Sudeste Paraense com acesso rodoviário na
BR-163 e 230, com distancia de 790 km da Capital, pertencente à câmara
de Itaituba. Atualmente, Rurópolis possui uma população de 40.087
habitantes numa área de 7.021 KM2, sendo 12.159 do sexo masculino e
11.1363 do sexo feminino, com cerca de 6.991 de área e densidade
populacional d e3,45 habitantes por km2 (IBGE, 2010).
Figura 01: Mapa de Rurópolis
Fonte: SEPOF-PA -Portal Amazônia 08/02/2007
Segundo dados do IBGE o município de Rurópolis está situado à
mesorregião sudoeste paraense e à micro região de Itaituba. "A sede
apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 04º?05?45" e54º 54?33" w
Gr. Tendo em seus limites ao Norte os municípios de Aveiro e Santarém, a
Leste o município de placas, ao sul tem-se o município de Altamira e a
oeste o município de Itaituba e Aveiro. Contudo está situado entre os
principais municípios que cerca a cidade paraense.
2. A COLONIZAÇÃO DA TRANSAMAZÔNICA
2.1 O ASFALTAMENTO DA RODOVIA FEDERAL BR-163 (CUIABÁ-SANTARÉM)
Para melhor esclarecimento do que representa Rurópolis para o Brasil e,
principalmente, para a região do Tapajós, é preciso retomar alguns
aspectos da Construção da Transamazônica e, atualmente, abordar a
questão do asfaltamento das BR 230 e 163, bem como da construção das
hidrelétricas na região e da proposta de divisão do Estado do Pará para
criar o estado do Tapajós, que, neste ano de 2011, está em pleno calor
de discussões, visto Rurópolis estar nessa área de confluência.
A rodovia federal BR 163 foi construída nos anos 70, porém, não houve
uma manutenção regular. Entretanto, o trecho parcial ao Sul, No Estado
do Mato Grosso, foi asfaltado, contudo dos cerca de 800 km no Pará, foi
terminado apenas uma parte pequena ao Norte entre Santarém e Rurópolis. A
importância econômica da rodovia é decorrente da enorme redução dos
custos de transporte dos produtores de soja do Mato Grosso, o que
aumenta consideravelmente a sua competitividade: O caminho para o porto
de Santarém no Pará é muito mais curto do que para o porto de Paranaguá
(PR) no Sul do Brasil. Por causa disso, o governo de Fernando Henrique
Cardoso prometera várias vezes o asfaltamento da estrada.
O governo de Luis Inácio Lula da Silva cortara o asfaltamento da lista
de prioridades dos investimentos 2003/2004, sobretudo, para atingir o
superávit primário acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Porém no plano plurianual (PPA) 2004-2007 aparece novamente, cujo
financiamento deveria ser realizado através de recursos públicos e
privados.
As organizações entrevistadas da sociedade civil não criticaram o
asfaltamento em si, pois toda a população aproveitaria de uma conexão
rodoviária melhor. Ao contrário, o que desaprovam, é a expansão da
produção empresarial da soja, da pecuária e da extração de madeira
estimulada, entre outras razões, pela promessa do asfaltamento. No
decorrer da expansão dessas atividades econômicas, dominadas por
latifúndios, aumentaram consideravelmente os violentos conflitos da
terra e o desmatamento. As lideranças dos sindicatos dos trabalhadores
rurais (STR) são intimidadas e, dentro de poucos meses em 2003, duas
foram assassinadas.
No ano de 2002, o departamento nacional de infra-estrutura e transporte
(DNIT) solicitou ao IBAMA a licença ambiental para o asfaltamento do
trecho no Pará. O processo de EIA/RIMA ainda não terminou, mas o
relatório já pode ser acessado no site do IBAMA. As entrevistas
mostraram que a maioria dos atores em Santarém e Belterra, as cidades
mais populosas na BR 163, não conhecem o processo. Além disso, a maioria
pensa que os direitos de participação no processo da EIA/RIMA não são
eficazes e que as audiências públicas, normalmente, são mal preparadas e
coordenadas, sendo objetos de fortes manipulações. Acredita, que seja
positivo apenas o fato de que podem ser utilizadas pela sociedade civil
para criar uma pressão pública em favor de causas político ambientais e
aproveitadas como fonte de informação, tanto pelo público em geral,
quanto pelos atores participantes como o Ministério Público.
Nem os atores públicos, nem os atores não governamentais definiram uma
estratégia para usar os seus os seus instrumentos jurídico ambientais de
participação o que está relacionado ao fato de que todos os atores
esperam que o asfaltamento possibilite uma melhoria nas suas condições
de vida e querem evitar ações que possam arrasar essa medida. Isso
explica, porque em outros casos (construção da história do Tapajós, do
porto da empresa Cargill ou do viaduto em Santarém) os mesmos atores
utilizam de maneira seletiva os seus direitos de participação, pois
nestes casos os impactos negativos puderam ser atribuídos mais
claramente. Nos dois casos de Belo Monte e da BR-163, se mostrou que: a)
Os cidadãos usam os direitos de participação para defender os seus
interesses ambientais. b) Uma aliança com o Ministério Público Federal é
caracterizada pelos atores locais como muito importante, enquanto o
Ministério Público Estadual é classificado como menos importante; c) O
instrumento da ação civil pública é avaliado como especialmente útil; e
d) Outros instrumentos como a audiência pública no âmbito do EIA/RIMA
são criticados como pouco efetivo e fácil de manipular.
O uso ativo dos direitos de participação do âmbito da proteção
ambiental possibilitou experiências positivas com o estado de direito,
enquanto o mesmo na vida cotidiana, muitas vezes, não tem nenhuma
relevância prática. Muitos dos representantes de organizações da
sociedade civil entrevistados já foram ameaçados pessoalmente por
poderosos atores locais. Na Amazônia, a política ambiental é confrontada
com fortes interesses econômicos que, no nível local, não sempre
respeitam o direito e a vida e permanecem impunes. Por conseqüente, os
atores da sociedade civil vivenciam experiências contraditórias em
relação ao estado de direito,por um lado, poder utilizar os seus
direitos de participação de maneira efetiva e percebê-los, assim, como
uma conquista positiva e, por outro lado, serem expostos arbitrariedade
privada sem gozar da proteção de instancias do estado de direito no
nível local.
O território BR 163/PA está localizado na região oeste do estado do Pará
e é cortado pela rodovia BR 163 ou Cuiabá Santarém e rodovia 230 ou
Transamazônica, e ainda pelo Rio Tapajós. A área foi definida em 2002
pelos movimentos sociais e contou com o apoio de organizações ambientais
e de pesquisa, para juntos fortalecerem o processo de organização,
Dentre as principais reivindicações do movimento socioambiental estavam
o ordenamento fundiário e a promoção de estratégias sustentáveis de
produção, como forma de dirimir os conflitos agrários e a pressão sobre
os recursos naturais que afligi a região desde a década de 70. O
movimento socioambiental da região considera que o território BR 163/PA é
formado pelos municípios de Itaituba, Aveiro, Jacareacanga, Rurópolis,
Placas, Trairão, Novo Progresso e o distrito de Castelo de Sonhos
pertencente ao município de Altamira, totalizando uma área de 232.492,55
km2 e com uma população2 de 274.140,00 mil habitantes, o que difere da
área e população pelas quais o MDA advoga.
A discussão territorial da BR 163 foi alavancada em 2002 pelos
movimentos sociais e contou com o apoio de organizações ambientais e de
pesquisa, para juntos fortalecerem o processo de organização,
planejamento e político do contexto local. No ano de 2005 a SDT entrou
em contato com os atores locais na intenção de se criar o território
163, em junho do mesmo ano houve uma reunião e ficou deliberado a
elaboração do relatório de apresentação das características
socioeconômicas e ambientais do território, o qual foi finalizado em
dezembro de 2005. Em maio de 2006 foi constituída a comissão a comissão
de implantação de Ações territoriais ? CIAT BR 163 Composta por 93
entidades da sociedade civil e instituições de governos de sete
municípios e o Distrito de Castelo de Sonhos, porém a homologação do
território só aconteceu em junho de 2006.
No final de 2008 e início de 2009, após algumas discussões territoriais a
CIAT passou a ser o Colegiado de Desenvolvimento Rural Sustentável da
BR 163 ? CODETER BR 163. Ainda em 2009 foi homologado o território da
Cidadania BR 163 que hoje é composto por 6 municípios ( Itaituba,
Trairão, Jacareacanga, Aveiro, Rurópolis e Novo Progresso).
Ao longo destes anos a SDT disponibilizou articuladores nocionais,
estaduais e locais, profissionais que contribuíram Para o
desenvolvimento das ações territoriais. O território já contou com o
apoio dos articuladores Estaduais Nejakson Alves e Valdir da Cruz
Rodrigues. Hoje o apoio é dado pela Articuladora Estadual Nilba
Monteiro. Como articuladores locais, o CODETER BR 163 já pode contar com
o apoio disponibilizado por Adônis Luiz Facioni e Rosilene Choua, que
foram contratados pela FVPP através de convênio firmado com MDA.
Este convênio se encerrou no inicio de 2010 e a articulação foi
realizada por uma comissão interinstitucional. Em junho de 2010 a SOMEC
contratou através de convênio com MDA, a Assessor Técnico Altair
Martini, que conduzir a articulação no Território BR 163 por 12 meses.
(Codeterbr163.blogsport.com2011).
As rodovias Transamazônica e Belém-Brasília (Br 163 e 230), projetado
durante o governo do Presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974)
sendo uma das mais audaciosas obras para esse período e devido às suas
proporções gigantescas foi uma das chamadas "obras faraônicas",
realizadas pelo regime militar, sendo estas as maiores rodovias do
Brasil, com 4.000km de comprimento, cortando os estados brasileiros da:
Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas. Ela nasce na cidade de
Cabidela na Paraíba e segue até Labrea, no Amazonas. É classificado
como rodovia transversal e ainda na atualidade não é pavimentada. Ela
foi planejada para integrar melhor o Norte brasileiro com o restante do
País, foi inaugurada em 30 de agosto de 1962. Inicialmente projetado
para ser uma rodovia pavimentada com 8.000km de comprimento, conectando
as regiões Norte e Nordeste do Brasil com o Peru e Equador, não sofreu
maiores modificações desde sua inauguração, exceto agora em 2009 onde
recomeçam os trabalhos que apontam para a efetivação de sua
pavimentação. "Os recursos que se despenderam para a efetivação da mesma
foram oriundas de empréstimos externos do Programa então chamado ?carga
pesada" o qual já foi tema de seriados na TV". ( Amazônia Revelada ).
2.1 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL EM RURÓPOLIS
A origem do município de Rurópolis está ligada ao Programa de Integração
Nacional (PIN), instituído no ano de 1970 e implantado a partir de
1971, pelo governo federal. O objetivo do PIN era desenvolver um grande
programa de colonização dirigida na Amazônia. Trazendo trabalhadores sem
terra de diversas partes do Brasil, em especial do Nordeste.
A rodovia Transamazônica constituía-se no eixo ordenador de todo o
programa e no Pará, os trechos Marabá-Altamira e Altamira-Itaituba foram
objetos de planejamentos especiais. As mesmas foram projetadas para
interligar às demais rodovias do país, permitindo a interligação com o
restante do país permitindo a integração nacional.
No trecho entre Altamira e Itaituba, na rodovia Transamazônica, deveriam
ser constituídas agrovilas, sendo estas o conjunto de lotes urbanos.
Nestes conjuntos de lotes deveria ser constituído aos colonos assentados
no local, os quais receberam também lotes rurais, onde desenvolveriam
atividades econômicas para sustentabilidade local (agrovilas). Como já
foi citado, nas literaturas encontradas há afirmativas de que cada
agrovila deveria contar com os serviços de escola de 1º grau, uma igreja
ecumênica, um posto médico e, em alguns casos, um armazém para acomodar
produtos agrícolas produzido pelos colonos, que vieram para essa região
em busca de melhoria de vida.
como já foi dito antes, a construção de agrovilas, agrópolis e rurópolis
eram parte do Programa de colonização, cuja polarização se dava em
torno de um núcleo de serviços urbanos. Além dos serviços bancários,
correios, telefones, escolas de 2ª grau, etc. Os objetivos dos rurópolis
era o de atender à demanda de todas as agrópolis e agrovilas situadas
num determinado trecho da transamazônica. Foram implantadas várias
agrovilas e apenas uma agrópolis Brasil Novo, no km 46 no trecho
Altamira-Itaituba e, finalmente o Programa previa a construção de
Rurópolis ? um conjunto de agrópolis, mas foi construída apenas uma
Rurópolis nas proximidades do cruzamento da Transamazônica com a rodovia
Santarém-Cuiabá, à Presidente Médici. A atual sede do município de
Rurópolis constitui-se exatamente no núcleo original daquela Rurópolis
planejada e implantada e para qual continua, nos anos seguintes a chegar
migrantes de outras áreas do Brasil.
2.2 INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA (INCRA)
O INCRA é uma autarquia do governo federal criado pelo decreto n° 1.110,
de 09 de julho de 1970 com a missão prioritária de realizar a Reforma
Agrária, manter o cadastramento nacional de imóveis rurais e administrar
as terras públicas da união. O objetivo é implantar modelos
compassíveis com as potencialidades e biomas de cada região do pais e
fomentar a integração espacial dos projetos. Outra tarefa importante no
trabalho da autarquia é o equacionamento do passivo ambiental existente,
a recuperação da infra-estrutura e o desenvolvimento sustentável.
... Tudo como contribuição desenvolver Políticas Agrárias aos homens do
campo, distribuição e redistribuição de terras, titulação de imóveis
rurais, demarcação de terras, geo-referenciamento da terra, equacionar
litígios agrários, eleger áreas para a criação de projetos de
assentamento, pagamento de crédito para o fomento e habitação de
pequenos agricultores e regularização fundiária. (MESQUITA, 2007.p.13.)
MESQUITA (2007) em um primeiro trabalho acadêmico de pesquisa em
História trata da implantação da Transamazônica e seu asfaltamento,
mostrando um depoimento de moradores da área transamazônica, em sua
defesa de TCC pela Faculdade de Itaituba:
"Tem uma senhora aqui [que estava dentro da casa], o filho estava
doente. Foi para a chuva, ficou no relento, nos panos, nas encerradas,
[debaixo da lona]. Outros partiram com a distancia de 20 km para a mata,
com enceradas para alguns. E outros ficaram em barracões do BEC no180"
(CJP. Depoimento de José Moreira de Abreu).
Atrás do fogo vinham os tratores que empurravam os escombros para uma
vala aberta para esse fim. Três dias depois, esteve tudo consumado. O
terreno estava limpo.
Essa operação de guerra foi executada sob a responsabilidade do Dr.
Aníbal, por certo Dr. Haufer, o Cartão, truculento "Prefeito" da vila, e
dois guarda rurais. O Dr. Aníbal teria dito que deveriam sair por que o
" Presidente ia chegar e não queria aquelas casas velhas lá, malfeitas"
(CJP. Depoimento seu nome). Tinha pais, que completar a obra de
embelezamento da Rurópolis,... (LEROY, 1991. P. 73 ? 74).
Na obra de Leroy (1991) também aparecem as falas das depoentes
encontradas as casas da vila da Palha as quais teriam de ser destruídas
de qualquer forma. Os técnicos do INCRA chegavam, riscavam os fósforos e
tocavam fogo em todas as moradias encontradas na vila. As pessoas
tentaram resistir à pressão dos técnicos, mas foram forçados a sair ou
perderiam suas próprias vidas. Havia muitas pessoas desesperadas com tal
situação, pois para todos os moradores da vila que estavam morando lá
na época esse fator foi um massacre.
Leroy continua dizendo que depois de os escombros terem ido para uma
vala e ter sido coberto pelo barro/terra o terreno estando limpo foi
aproveitado pelos funcionários do INCRA para ser semeado sementes de
arroz no local onde haviam existido dias antes a "Vila da Palha" e
devido à fertilidade da terra, as muitas chuvas ? características da
região ? na inauguração o arroz semeado já tinha uns quatro a cinco cm.
de altura.Em 12 de Abril aparecia um grande campo verde no local da
antes expoente VILA DA PALHA.
Nota-se diante de tudo o que foi visto em relação ao assunto ?
inauguração de Rurópolis ?que os autores do projeto jamais queriam que
num dia de exuberante solenidade, a inauguração de planejada Rurópolis,
houvesse a existência de uma favela, pois a Rurópolis Presidente Médici
foi fruto de Planejamento e era imperdoável que os seus engenheiros
permitissem a existência visível de problemas aos quais vinham fugindo.
As favelas pertinentes as grandes metrópoles. Rurópolis Presidente
Médici Foi Milimètricamente Planejada, "num plano mais ambicioso, surgiu
a idéia de rurópolis num projeto apresentado por um arquiteto carioca
que previa a construção de diversas cidades nem etapas sucessivas,
dentro de um planejamento urbano nacional". (Araújo, op.cit.p.76).
Assim a única rurópolis que deveria ser preservada, nem que para isso
fosse necessário sacrificar dezenas de seres humanos, deixando-os ao
relento, sem moradias. Com a lâmina de um trator de esteira e com fogo,
eram assim resolvidos os primeiros problemas da colonização que tem como
eixo a transamazônica e Santarém-Cuiabá... "Leroy 1991".
Podemos observar que o governo tinha pressa em povoar a "nova" área. O
governo estimulou propagandas e estas eram feitas de uma forma tão
maravilhosa que pregava o paraíso do deserto onde se colheria leite e
mel ou seria leite e fel e eram tantas as propagandas que atraíram
centenas de migrantes que foram jogados na mata às margens da
Transamazônica. Os lotes onde os colonos chegavam para desbravar as
matas para que pudessem construir suas moradias e plantar o sustento de
suas famílias.
Na inauguração de Rurópolis foi oferecido um banquete a base de
churrasco a toda a população. A inauguração da cidade Presidente Médici
pelo próprio general é atribuída aos gaúchos, que formavam uma classe
relevante o papel de "churrasqueiros oficiais", conta Leroy.
Esta situação se firma na fala do entrevistado:
No dia da inauguração os técnicos do INCRA mandaram matar vários bois
para fazer o churrasco. No local onde estava sendo feito o churrasco foi
cercado de arame farpado para que não fosse invadido pela população,
mas foi em vão, o povo invadiu, muitas pessoas se machucaram, era cerca
caindo, gente levando bacias de carne para suas casas, uma bagunça
total. (José Luis dos Reis-07/07/2011).
Nesse episódio contado pelo Sr. José Luis chega-se as seguintes conclusões:
A de que esse povo era mal educado ou outra conclusão, a mais sensata, a
de que se concluirá com uma indagação. Será que este povo não teve
razão suficiente para invadir os locais onde estavam as churrasqueiras
cheias de espetos com carne que aparentemente, se apresentava aos olhos
de quem os via, saborosas. Imagina só, - ser convidado par uma festa e
ficar do lado de fora assistindo alguns privilegiados saírem com
churrascos inteiros enquanto eles que há muito tempo não provara o sabor
da carne bovina ficavam somente olhando em uma festa que deveria ser
para todos?
Veja o que fala um depoente anônimo de 96 anos morador d distrito
Divinópolis KM70 que trabalhou como churrasqueiro oficial na inauguração
de Rurópolis:
"Na hora a gente não tinha consciência, a gente ficou triste, mais fomos
pensar sobre isso. E fomos analisar que estava muito correto. Se nós
tivéssemos no lugar dessa massa, era isso que tinha que ser feito, eu
era um que teria puxado a massa pra fazer isso. Mas como eu estava sendo
usado lá dentro, então criaram aquele preconceito no pessoal: o
nordestino contra o gaúcho... Então foi aí o primeiro sinal de
consciência da gente. [...] (LEROY, 1991.p.75).
A situação exposta pelo depoente na obra de Leroy se observa que houve
um desabafo, neste é apercebido claramente que a cúpula do INCRA para
fazer o churrasco da inauguração. Ele diz também que a atitude tomada
por parte dos técnicos do INCRA foi uma forma de jogar os nordestinos
contra os gaúchos, criando entre ambos um clima de disputa.
Diante do estudo feito pode-se confirmar que a política de colonização
trouxe pessoas de diversos estados brasileiros, cada um com suas
tradições e seus costumes. E aproveitaram o momento da inauguração de
Rurópolis para demonstrar alguns traços culturais que se formava dentro
da nova cidade vindo de outras regiões que num processo harmônicos
entravam em fusão no ato da inauguração os povos vindos dos mais
diversos estados aproveitaram para mostrar o resultado da fusão cultural
que ali dava início, com danças e comidas típicas de cada Estado.
Participamos sim, tanto que o Presidente Médici veio aqui na nossa casa
nos visitar e, lá também no dia nós também apresentamos uma dança
folclórica. Cada Estado apresentava sua dança folclórica, nos mais
outros casais representamos o Rio Grande do Sul nesta inauguração.
E ainda o Sr. João Maria reforça estes traços dizendo: "Na festa de
inauguração houve apresentação de danças folclóricas, cada Estado eles
apresentaram uma dança. Foi apresentada a dança da mangaba lá do Maran
hão". Os depoimentos coincidem, reforçando a veracidade dos fatos
ocorridos no ato da inauguração de Rurópolis.
2.3 ESTRUTURA HIERARQUIZADA DO NÚCLEO URBANO: AGROVILAS, AGROPÓLIS E RURÓPOLIS.
O INCRA implantou no Estado uma estrutura hierarquizada de centros
urbanos administrativas e residencial e buscava concretizar o conceito
de urbanismo rural. Constituíram-se três níveis hierárquicos: as
agrovilas, as agrópolis e as rurópolis. Fez-se necessária a montagem
dessa estrutura porque, antes da colonização, a área era praticamente
desprovida, menos as cidades de Marabá, Altamira e Itaituba e, dessa
forma, poderiam atender às necessidades sociais, culturais e econômicas
do meio rural. Os agricultores não eram para morar em seus lotes rurais
destinados a agricultura, eles deviam morar em seus lotes rurais
destinados a agricultura, eles deviam morar nas agrovilas-unidades
básicas do sistema urbano ? formadas por um conjunto de 48 a 60 lotes,
com igual número de casa. As agrovilas tinham por finalidade a
integração social dos parceleiros e ficavam localizados num rio de 5 km,
constituindo bairros rurais compostos por uma unidade médica, uma
escola de 1º grau, um estabelecimento comercial, uma igreja, um centro
comunitário, um campo de futebol e, em alguns casos, um armazém para
abrigar os produtos advindos da agricultura.
As rurópolis seriam pequenos centros urbanos com função agroindustrial,
cultural e administrativa, com uma população de aproximadamente de 1.500
a 4.000 habitantes. Disponibilizando de comércio diversificado como
cooperativas, pequenas indústrias, oficinas mecânicas, restaurantes,
hospital-enfermaria, bancos, correios, telefones, escolas de 1º e 2º
graus, etc., cada agrópolis exerceria influência sobre o conjunto de 8 a
12 agrovila num espaço de abrangência de 10 a 20 km. Essas rurópolis
funcionariam como um pequeno pólo de desenvolvimento. Abrigariam até
20.000 habitantes, destinados a dar suportes econômicos e sócios
culturais as agrópolis e agrovilas, com prestação de serviços
específicos como cinemas, aeroportos, hospitais, hotéis, bibliotecas,
comércios, além de dar apoio às indústrias de utilização dos recursos
naturais existentes no local/região.
Diante do projeto de criação dos núcleos urbanos (agrovilas, agrópolis e
rurópolis), pensando que estes seriam uma solução para que o plano de
colonização viesse a dar certo, contudo podemos concordar que não deu
certo, pois o objetivo dos colonos morarem nas agrovilas tinham como
finalidade na incorporação dos colonos, e isso não aconteceu. A maioria
dos colonos que chegaram à Transamazônica teve que construir suas
próprias casas nos lotes de 100h e ali como conta em entrevista José
Luiz dos Reis (meu pai).
Quando chegamos aqui fomos jogados a nossa própria sorte. Eu tive sorte.
Só éramos eu e minha mulher, tua mãe e outros que chegaram com a
família inteira. Era um sufoco. Bem quando eu cheguei aqui foi preciso
fazer um barraco de palha de coqueiro pra gente poder dormir e se
proteger das chuvas e dos bichos. A gente fez esteiras e forramos o chão
e aí todo mundo que estava ali dormia no chão em cima das esteiras. Foi
um período muito difícil, era um período de muita chuva e às vezes
molhava dentro do barraco. Os filhos do meu compadre choravam devidos
também o frio que fazia e além do frio a gente sentia muito medo. Tinha
muita onça pintada e elas uivavam, vinha no terreiro, no segundo dia eu
matei uma atrás do barraco que a gente tinha feito. Dei as crianças e as
mulheres choravam querendo voltar com medo.
Na fala do entrevistado é notado que foram muitas as dificuldades. Os
colonos chegaram no seus prometidos lotes e não encontraram casas, e a
solução foi construir barracos de palha para abrigarem as famílias como
contou o senhor José Luiz dos Reis, arriscando a vida de todos que
estavam ali, servindo de alimento para as onças o serem picados por
cobras venenosas e outros animais e ainda contrair doenças como a
malária e hepatite que eram muito comuns na época.
" As experiências de colonização no Brasil tem provocado exaustivamente
que só a terra não basta. A ausência de núcleos urbanos apoiando a
ocupação do campo provoca o êxodo rural para as cidades. Através destas
informações podemos confirmar que o plano de urbanismos rural tem por
fim o não cumprimento de sua função idealizada. O compromisso que o
governo havia assumido era o de construir a infra-estrutura de apoio,
conforme a proposta de programa de colonização: assistência médica,
escolas, assistência bancária e de correios, etc., e isso não foi
cumprido. Abandonados à própria sorte, muitos colonos, aflitos e sem
nenhuma esperança, deixaram suas terras, muitas das quais foram anexados
aos grandes latifundiários.
A abertura da Transamazônica provocou grande resistência, principalmente
nos grupos militares e empresários, que não concordavam com a
transferência dos recursos financeiros destinados para o Nordeste, por
meio de incentivos fiscais existentes na época, para a região Norte,
pois se imaginava que poderia ocorrer uma grande migração para essa
região, promovendo um "esvaziamento" no Nordeste. Para os nacionalistas,
estavam abrindo a possibilidade de exploração do subsolo por grupos
estrangeiros, mas o Ministro Campos Sales foi quem fez as críticas nas
enfáticas sobre a construção da estrada. Dizia ele:
[...] um dos problemas com a construção da estrada era ausência de
interesse em verificar a sua "viabilidade econômica". Além do mais, o
fato é que o plano fora recebido com muito mais entusiasmo nom centro
Sul do que no Nordeste na própria Amazônia. As pessoas nessa região
pareciam as mais favoráveis à integração com o C Centro-Sul desenvolvido
do que a integração entre as duas regiões miseráveis. Na opinião de
campos a estada era mais valiosa politicamente do que economicamente.
(VELHO, Capitalismo autoritarismo e campesinato. São Paulo: Difel,
1979.p.211). O qual nos confirma: " Nós vamos empurrar a fronteira à
conquista de um novo país". Em 09 de outubro de 1970, o Presidente
Emílio Garrastazu Médici fez a sua primeira viagem à Amazônia. Podemos
observar na figura abaixo, uma placa fixada num tronco de uma
castanheira simbolizando o início da obra, na qual se lê:
Nestas margens do Xingu, em plena selva amazônica o senhor presidente da
República dá início TRANSAMAZÔNICA: numa arrancada histórica para
conquista e colonização deste gigantesco mundo verde. (LEROY, 1991.p.13)
De acordo com algumas informações, quando o presidente Garrastazu Médici
foi até Altamira inaugurar o início da construção da Transamazônica a
placa foi cravada no tronco de castanheira recém cortada, que ficou
conhecida popularmente como "Pau do Presidente". Imediatamente este foi
fotografado e publicado em jornais, livros e revistas da época.
2.4 O ABANDONO DO PROJETO DE COLONIZAÇÃO
Quando o Governo Federal a partir de 1970, implantou o projeto de
colonização, estes constituíram uma opção política no sentido, não
apenas ocupar os vazios demográficos, mas também como uma forma de
avaliar as tensões sobre a Terra, em regiões como o Nordeste, Sul e
Centro-Oeste. Por ouro lado, a propaganda do governo e o fácil acesso
pelas estradas foram responsáveis por atrair imigrantes em busca de
lotes para neles se estabelecerem. Só que esses projetos não atraíram
somente os sem terra, mas também milhares de pequenos proprietários do
Sul e do Sudeste que venderam suas terras e foram aventurar a aquisição
de grandes glebas com o dinheiro obtido das vendas.
Segundo Magalhães (1990), a partir de 1974 o INCRA retirava a ajuda
governamental, afastando a colonização oficial o segundo plano e passou a
incentivar a colonização particular. Fora extintos os Projetos
Integrados de colonização (PICs) e as explorações longo das rodovias.
A colonização é um aspecto importante para explicação do povoamento e da
ocupação d Amazônia. Foi considerada "solução" política mais elaborado;
todavia, foi sabiamente uma das mais problemáticas. Os governos
militares privilegiaram a colonização dirigida, logrou êxito e que se
inspiravam em uma visão dualista: de um lado, a colonização espontânea
realizada pelos ocupantes: de outro, a colonização dirigida sob o
controle do Estado, que se apresenta como mecanismo de controle dos
conflitos fundiários. (MARIN, p. 332).
O projeto de colonização da Transamazônica foi importante para ocupar o
vazio demográfico, mas a maneira como foi criado provocou precipitações
na sua implantação. E infelizmente o sucesso esperado da colonização
oficial não aconteceu e para isto podem ser apontados vários fatores
para esse fracasso: falta de infra-estrutura, comercialização intensiva
de terras, especuladores e grileiros, desinteresse dos nordestinos, os
fatores naturais e outros que implicaram a desistência deste grande e
audacioso projeto. Para a época, é claro.
A rodovia Transamazônica, logo após ser dada por concluída em 1974, o
projeto de colonização dirigida pelo INCRA já era considerado fracasso,
inclusive por órgãos de planejamento governamentais, que atribuíam esse
insucesso, principalmente a grande e não prevista migração espontânea e
abaixa produção agrícola.
Mas, de acordo com LEROY, essas afirmações eram infundadas.
... " sem essa migração espontânea, o fracasso da colonização seria
ainda maior. As desistências foram muito mais acentuadas entre os
colonos trazidos pelo INCRA do que entre aqueles que chegaram a
Transamazônica por seus próprios meios: além disso sem estes últimos
migrantes, a colonização oficial dirigida já teria sido substituída pela
colonização empresarial"
A afirmação do autor é bem precisa. Os colonos que vieram para a região
neste período enfatizado, em busca de melhoria de vida não estão mais em
seus lotes e muitos não estão nem no município. Já voltaram com a seus
locais de origens ou foram para outras cidades da região, devido seus
anseios não serem alcançados e devido, também e principalmente as
grandes dificuldades encontradas e enfrentadas pelos colonos a partir
que o governo abandona o projeto. Segundo a revista manchete em 1974 que
dizia:
[ ...] cerca de três mil famílias foram trazidas do Sul e do Nordeste
depois surgiram as críticas sobre o paternalismo desse procedimento.
Agora a "estrada está aberta: quem quiser vir venha" - ... A nova
política também suprimiu a ajuda de custo mensal. Nos últimos meses a
colonização tem sido espontânea. (ARAÚJO, op.cit.).
Porém, apesar desse novo redirecionamento da política de governo e de
colonização, a migração espontânea não parou, ao contrário, se
intensificou mais ainda, provocando crescimento dos custos urbanos e dos
pequenos núcleos urbanos. A modificação do território teve importantes
conseqüências políticas, grande parte desses núcleos de colonização se
tornou sede de novos municípios.
Enquanto os projetos de colonização oficiam eram abandonados, o governo
dá nova prioridade aos planos de alienação por meio da licitação.
Em 1975, assiste-se à colonização particular organizada por grandes
empresas, como se observa no Mato Grosso com a SINOP, e no Pará. O
Estado participou em ações para contemplar os interesses das
empresas-terras e trabalho e de pequenos proprietários sem terra com
possibilidades restritas de acesso aos lotes.
Assim o governo passou a dar todo apoio aos proprietários causando
prejuízo aos pequenos colonos. Com isso surgem na região grandes grupos
que adquiriram vastas áreas de terras e que foram responsáveis pelo
início dos conflitos agrários emergentes na Amazônia. Para PANDOLFO
(1994), o que causou o fracasso de projeto de colonização foi a crise do
petróleo em 1973, o que fez aumentar os custos das rodovias o que faz o
governo desativar o modelo de colonização e, assim, passar a direcionar
os investimentos para segundo modelo de ocupação regional.
Baixa fertilidade do solo: a ilusão de encontrar terras, rochas de alta
fertilidade, atraiu muitos agricultores. No entanto, como se
demonstrará, as terras da Amazônia são extremamente pobres. Suprimida a
floresta, o solo se degrada e após três anos de plantio só mediante
adubação se consegue produzir alguma coisa. Tal fato encarece a
produção, desestimulando o agricultor. Observa-se, ainda que o
proprietário só pode utilizar 50% de sua área (código florestal.44),
mantendo os outros 50% com cobertura florestal obrigatória. É sabido que
o solo Amazônico aparente uma falsa fertilidade logo após a derrubada
do mato. Isso acontece porque enquanto ele está protegido pela floresta
mantém uma camada de húmus de boa qualidade, mas bem superficial. Por
razão, no primeiro plantio, logo após a derrubada, a produção é
excelente, depoisr4gt vai caindo até tornar-se invariável,
economicamente. (Magalhães,1990 p. 52).
Esta afirmação acima, feita por Magalhães é outro fator responsável pela
falta de sucesso de colonização planejado do Governo Federal. A
afirmativa se ajusta com a fala do senhor Lino Frohlich, 63 anos,
gaúcho, ele veio para Rurópolis em busca d terra prometida, em 1973,
hoje ele e empresário. Ele dizia por telefone em 2008.
Nós fizemos uma safra muito boa no primeiro ano. O INCRA arrumou uma
semente muito boa, naquele ano era impossível uma safra melhor, nós,
naquele ano chegamos a colher uns 80 a 85 sacas de arroz por hectare e o
preço era razoável, dava pra gente vender sem ter prejuízo. Durante
três anos a gente ganhou muito dinheiro com arroz. Daí depois começou a
cair o preço, a semente já era de qualidade e a própria terra também com
duas ou três safras perdia a sua qualidade sendo preciso fazer uma
rotação de cultura pra recuperar a fertilidade.
Numa conversa informal, de visita em campanha eleitoral do sindical dos
trabalhadores rurais no ano de 2008 o senhor Lino ao se emocionar com
que estava acontecendo evento democrático de representação aos
trabalhadores do campo, nós porque ele era agricultor, pois agora é
comerciante. Mas, por tudo que a terra lhe deu e ensinou. Na sua fala
ele a diz que no primeiro ano a safra de arroz foi muito boa e este era
vendido para o governo que pagava um preço alto por cada saco de arroz.
Seu Lino relata que após dois ou três anos de plantio, o solo foi
perdendo a sua fertilidade, e em conseqüência a queda da produção com
isso a mão-de-obra ficou mais cara e desse modo, já não conseguiu mais
obter lucro com esse tipo de lavoura. Como se podem observar as
afirmações do depoente, feita por telefone se ajusta à afirmação feita
na citação anterior retirado do livro "A ocupação desordenada na
Amazônia" de Juraci Perez Magalhães, pois o solo da Amazônia é pobre,
não sendo favorável a agricultura.
3. RURÓPOLIS : FORMAÇÃO HISTÓRICA E ECONÔMICA
As origens do município têm a ver com o Programa de Integração Nacional
(PIN), instituído no ano de 1970 e implantado a partir de 1971. O
objetivo do PIN era o de desenvolver um grande programa de colonização
dirigido na Amazônia, trazendo trabalhadores sem terra de diversos
pontos do Brasil, em especial do nordeste para povoar a região.
A rodovia transamazônica constituiu se no eixo ordenador de todo o
Programa e, no Para, os trechos Marabá - Altamira e Altamira ? Itaituba
foram objeto de planejamento especial e investimentos. No trecho da
rodovia Transamazônica, situado entre os municípios de Altamira e
Itaituba, deveriam ser construídos agrovilas. Conjunto de lotes urbanos
que eram destinados aos colonos assentados no local os quais receberam,
também, lotes rurais, onde desenvolveriam suas atividades econômicas, a
qual abordaremos mais tarde.
Também fazia parte do programa a construção de agrôpolis: (reunião de
agrovilas, cujos polarização se dava em torno de um núcleo de serviços
urbanos) e de rurópolis (um conjunto de agrôpolis). Na verdade, foram
implantadas varias agrovilas, apenas uma agrôpolis (a Brasil Novo, no km
46 do trecho Altamira - Itaituba) e, finalmente, as proximidades do
cruzamento da Transamazônica com a Rodovia Santarém ? Cuiabá, foi
construído apenas uma rurópolis ? a Presidente Médici.
A atual cede do município de Rurópolis constituísse exatamente no núcleo
original daquela rurópolis planejada e implantada e para a qual
continuam nos anos seguintes, a chegar migrantes de outras partes do
Brasil. Como município autônomo,foi pela lei n°5.446, de 10 de maio de
1988,é instalado a primeiro de janeiro de 1989, durante o governo de
Hélio Mota Gueiros,com área desmembrado de Aveiro.Está constituído
somente pelo distrito de Ruropolis,antiga vida que,pelo ato de criação
do município,passou à categoria de cidade.
A falta da atuação do governo federal sua região reflete-se na ausência
de assistência técnica, credito bancário e o péssimo estado das rodovias
e estradas vicinais,que colocava em risco as atividades econômicas da
região.A ruropolis Presidente Médici vinha tendo um notado crescimento
que era maior do que a própria sede do município de Aveiro,conseqüência
negativa de sua própria posição estratégica privilegiada,suas com uma
relação desigual entre o distrito e a sede municipal visto que o mesmo
não recebia nenhum investimento publico da prefeitura de Aveiro que
fizesse justiça ao seu dinamismo econômico e social.O distrito de
Ruropolis e a sede do município de Aveiro não tinha nenhum tipo de
ligação rodoviária e nem fluvial as relações comerciais do mesmo eram
realizadas com município de Santarém e Itaituba,facilitadas pelas
rodovias transamazônica e Cuiabá-Santarém. Com base na preocupação já
citada, visando solucionar tais problemas que atrasava o desenvolvimento
econômico e social, é que a população do distrito de ruropolis passa a
reivindicar a sua emancipação, ou seja, a separação administrativa do
até então distrito, do município de Aveiro.
Foi promovida uma mobilização de todos os setores da sociedade a luta
pela emancipação da rurópolis. No dia 12 de fevereiro de 1987 foi
formada uma comissão provisória pro ? emancipação, composta pelas
seguintes membros: Paulo Bartolini (agricultor) Francisco Xavier Galvão
(comerciante) Aprigio Pereira da Silva (técnico da CEPLAC) João Carlos
de Oliveira (Professor), Elpídio Pereira da Silva (Professor) e
colaboradores como: José Inácio Diniz, José da Penha Ferreira Soares,
Amaro Albertino (vereadores do município de Aveiro), Zerice da Silva
Dias (executor do INCRA PIC Itaituba). Essa comissão elaboraram
documentos que foram encaminhados à Assembléia Legislativa do Estado do
Pará solicitando a emancipação político-administrativa desta rurópolis.
No dia 24 de abril de 1988, foi realizado um plebiscito, com um
resultado favorável a emancipação e onde foram vencidas todas as etapas
legais na Assembléia Legislativa do Estado. Rurópolis foi finalmente
emancipado e criado um novo município pela Lei Estadual 5.446 aos dias
10 de maio do ano referido acima, como já foi citado no curso desse
trabalho. Abrangendo uma área territorial de 6.922,96 km2, desmembrado
do município de Aveiro, mas devido algumas alterações realizadas pela
criação de novos municípios na região Oeste do Pará o município de
Rurópolis foi agraciado com mais uma pequena área, ficando na atualidade
com as seguintes dimensões geográficas de 7.021 km2. Estes dados foram
colhidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2006.
3.1 TERRA PROMETIDA
O incentivo a inauguração para a colonização da região amazônica feita
pelos governos militares, por meio da implantação dos grandes projetos, a
parti da década de 70, com a abertura da transamazônica Rodovia de
integração nacional, construída pelo Governo Federal do general Emílio
Garrastazu Médici. As primeiras famílias de agricultores que chegaram
aqui impulsionadas pelas vantagens oferecidas pelos programas do governo
na década referida que se procedia da região Sul, Nordeste e da própria
região Norte, para a ocupação da área de abrangência do PIC - Itaituba.
Os mesmos chegavam aqui com as despesas pagas pelo Governo Federal,
incluindo passagens aéreas e de ônibus de acordo com a disponibilidade
existente, ranchos, salários por seis meses, ferramentas, etc. O
Presidente Médici objetivava colonizar a região, conforme o slogan que
se torna na época a marca do governo, "Integrar para não entregar",
pois, como já foi citado em outros momentos deste trabalho. O Presidente
Médici tinha mandado construir às presas transamazônica, sob o protesto
imediato de acabar com a fome no Nordeste, mais como o real e
patriótico intuito de entregar as mãos brasileiras, terras que
pertenciam muito mais aos estrangeiros que aos seus legítimos donos.
(GOMES, OP. Cit. P. 101)
Esta afirmação se confirma com o depoimento de João Biopo e Dona Ivone
Maria entrevistados nos dias 15 e 29 ? 08 de 2005 o Sr. João diz:
Então a causa foi muito boa quando viemos guarnecer uma área que estava
inabitada, que o estrangeiro queria tomar cauta de três ou quatro países
que queriam tomar cauta dessa região naquela época. E o governo Médici
[...] tomar essa medida para preservar ainda essa região que é nossa
[...] (João Bispo- entrevistado)
A outra entrevistada afirma que. Aqueles incentivos do governos, naquela
coisa toda, eu disse: vamos pra lá aquela lama do Governo Federal: "
Integrar para não Entregar", né? É, a Amazônia era perseguida pelos
estrangeiros.
Segundo os depoimentos do Sr. João e Dona Ivone, fica claro que uma das
preocupações do governo era o medo de perde as terras fartas da Amazônia
para os estrangeiros. Então resolveu desenvolver um programa de
colonização da Amazônia através do Projeto Transamazônica e o período em
foco que e "Integrar para não entregar" abordada pela fala de D. Ivone.
E o Sr. João que viera cuidar da terra que pertencia aos brasileiros.
Com isso o governo Garrastazu favorece vários incentivos como por
exemplo o acesso a terras, passagens rodoviárias como por exemplo o
acesso a terras, passagens rodoviárias e aéreas pagas aos indivíduos que
queriam e decidiam ir colonizar a Amazônia em torno da rodovia, ajuda
de custa entre outras benefícios oferecido pelo governo, o que levou
muitas pessoas a migrarem de outras regiões para esta região do país com
o desejo de ganharem terras neste espaço territorial o norte do pais no
estado do Pará ? para poderem melhorar suas condições de vida e acabar
com aquela calamidade do sul o qual tornava suas vidas um caos.
Muitas pessoas vindas do estado do Maranhão, lá não possuem terras para
construírem e produzir seu próprio sustendo. Então estes povos que
sofriam com a falta de terra, seca e com falta de emprego nas grandes
cidades, ouvindo falar de colonização da transamazônica, ficaram
motivadas pela ajuda e o favorecimento dado pelo governo. Com isso
resolveram migrar para o Pará.
Muitas pessoas que eram acostumadas a trabalhar com a produção agrícola
La no Sul. Sendo, a terra nesta região muito cara e escassa. As famílias
com números de membros muito grandes resolveram vir para o Pará onde
havia terra em abundancia e barata na maioria das vezes de "graça". A
migração fez muitas pessoas venderem tudo que tinham em outras regiões
do pais, região de Origem e juntar o dinheiro da venda e ao chegar na
transamazônica investir em terras e em algum meio de comercio. Esse
fator de comprar terras aqui na transamazônica se dá em virtude o
projeto de colonização ter sido abandonado pelo Governo Federal.
As pessoas que enfrentavam várias dificuldades nas metrópoles ao ouvir
falar da colonização o som ecoou como forma de solução das tensões
decorrentes da situação em que viviam e da impossibilidade de encontrar,
no lugar de origem, condições de vida, Então a solução era migrar rumo
ao Pará, para terras que corre "leite e mel" ou seria " leite e fel". As
pessoas chegam povoam os espaços geográficos formando uma demografia
populacional. Daí a Genesis de Rurópolis.
3.2 INAUGURAÇÃO DE RURÓPOLIS
Aos doze dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e noventa e
quatro, 12/02/1994, com a denominação de Rurópolis Presidente Médice,
que recebe este nome em homenagem ao então Presidente Emílio Garrastazú
Médice, que veio prestigiar com sua presença a inauguração desta
rurópolis. Rurópolis ao ser inaugurada com a presença do presidente da
república já mencionado o povo brasileiro, responde ao desafio da
história, ocupando o centro do mar verde.
A inauguração de Ruropolis foi fortemente estabelecido relação com o
fogo, que lavram com intensidade a vila da palha. Veja o que diz Jean
Pierre Leroy.
...A inauguração de Rurópolis Presidente Médici pelo próprio general...
aconteceu no dia 12 de fevereiro de 1974, mais ficaria indiscutivelmente
associada a um sinistro episódio acontecido dia 03 de fevereiro de
1974: o incêndio da vila da palha, em Rurópolis (Leroy, 1991.p.73).
Ainda segundo Leroy, com o apoio do INCRA a Vila da Palha começou a
crescer, nela moravam os operários que trabalhavam na construção da
rurópolis, colonos que não tinham casas e nem estradas nas vicinais onde
foram assentadas e alguns comerciantes. A Vila da Palha localizada há
600 m da Rurópolis começou a ter um crescimento expoente, contando no
final de janeiro de 1974 com cerca de 150 a 180 casas feitas de tabua e
algumas cobertas de brasilite, mas a maioria com a cobertura de palha
Em 22 de Abril de 1974, alguns moradores da vila da Palha, numa reunião
como Comissão de Justiça e Paz (CJP)-hoje denominada de JUPIC (Justiça e
Paz é integridade da finalização das obras da construção de Rurópolis,
avisou que as casas iriam ser queimadas. Como os moradores mostraram sua
revolta, lhes foi informado que isso não irria mais acontecer. E assim,
no dia seguinte, os colonos foram, trabalhar despreocupados. Em 03 de
fevereiro, por volta de 14:00, os homens todos trabalhando,
encontrando-se em casa somente as crianças e mulheres,segundo um
depoente
"Iam chegando, riscando fósforos na casa e tocando fogo. A que não
pegava fogo assim, jogavam gasolina e tocavam fogo. Teve casa que
tocaram fogo pra câmara sair, a mulher e a empregada não saíram, tocaram
fogo de um lado e teve de sair por outra parte, que queimou a rede,
queimou roupa, tem gente que queimou tudo".
(CJP. Depoimento do senhor Leandro Barbosa da Silva.)
No governo Médici é que se realiza a que Juscelino Kubistchek já havia e
excitado desde a década de 50 eu seus discursos progressistas e o
referencia integração da Amazônia no restante do mundo.
Na década de 1970, no governo de Emílio Garrastazu Médici ( popularmente
presidente Médici) é instituído vários programas nacionais que dão
ênfase e são de suma importante tanto para abertura da transamazônica,
para a colonização da Amazônica e também para instituição de Rurópolis.
Então o plano de governo é instituído coordenar o processo de integração
da Amazônia, sendo o PIN ?Programa de Integração Nacional, INCRA ?
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará
ENBRAPA ?Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e outros órgãos que
foram de suma importância no processo de Colonização pelo PIN ?
Programa de Integração Nacional:
O programa de integração nacional (PIN), constituído no ano de 1970 e
implantado a partir de 1971, pelo então presidente da republica Emilio
Garrastazu Médici, tinha de desenvolver um grande programa de
colonização dirigida na Amazônia, trazendo trabalhadores terra de
diversão pauto do Brasil... para a Amazônia.
[...]
Para a implantação da transamazônica o pin assumiu estratégia da reforma
agrária, no sentido de acolher o migrante tanto para instalar no Pará,
quanto para produzir e integrar a Amazônia.
A Reforma Agrária é o conjunto de medidas que visam promover a melhor
distribuição de terra, mediante modificações no regime de sua posse e
uso, a fim de atender aos princípios da justiça social, do
desenvolvimento rural sustentável e ao aumento de produção. A concepção é
estabelecida pelo estudo da terra. Na prática, a reforma Agrária
deveria proporcionar:
-A desconcentração e democratização da estrutura fundiária.
- A produção de alimentos básicos.
- A geração de ocupação de renda.
- O combate a fome e a miséria.
- A diversificação do comércio e dos serviços no meio rural.
- A interiorização dos serviços públicos básicos.
- A redução da migração campo-cidade.
- A democratização das estruturas de poder.
- A promoção da cidadania e da Justiça Social.
Questiona-se também, se a Reforma Agrária desempenhou seu oficio junto a
migração que se instalou no Estado do Pará. Com a implantação da
Rodovia Transamazônica... (MESQUITA, Iran Alves de, 2007.p.12-13)
3.3 ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS
No início da colonização no local que corresponde à Rurópolis, os
colonos desenvolveram formas tradicionais de utilização do solo como
agricultura de subsistência, em que predomina o trabalho familiar, a
pecuária extensiva que pouco utiliza os recursos técnicos disponíveis
para melhorar a qualidade dos rebanhos e extrativismo vegetal, com a
coleta da Castanha-do-Pará e da madeira. Mas, de maneira bem tímida a
agricultura empresarial ou lavoura comercial tendeu a se desenvolver no
município, sendo aplicado o capital por empresários, que utiliza a
mão-de-obra assalariado.
Rurópolis é um município de território relevantemente pequeno, sem
grandes recursos econômicos, sem os quais se tornou muito difícil
proporcionar melhores avanços sócio-econômicos do município.
A principal atividade econômica deste está baseada na agropecuária, o
mesmo apresenta grande potencial voltado para a pecuária extensiva e a
agricultura familiar. Mas, outras atividades vêm se desenvolvendo no
município como, por exemplo, o extrativismo industrial e comércio que na
atividade chega a ser 50% a 60% da renda do município.
Desde o início do período colonial, quando o latifúndio monocultor e
escravocrata predominavam, já existia no Brasil pequenas propriedades
rurais baseada na agricultura de subsistência e no trabalho familiar.
Nas últimas décadas com o processo de industrialização e com os avanços
tecnológicos impulsionado pelo processo de globalização do campo
expandiram-se as relações de trabalhos assalariados e também o trabalho
familiar. Mas ao contrário do que ocorriam antes da década de 1970, os
lavradores agora são subordinados a interesses do capitalismo e não
produzem mais de forma independente.
No município de Rurópolis os pequenos agricultores sem capital produzem
gêneros alimentícios para seu próprio consumo, produtos, como: a
mandioca, milho, feijão, arroz, banana, urucum e etc., s quais são
chamadas de cultura de subsistência produzidas pela agricultura
familiar. Os produtores têm muita dificuldade de colocar seus produtos
no mercado, devido as grandes distâncias e as péssimas condições das
estradas, vicinais e até mesmo das rodovias federais, até pouco tempo
atrás não mais que dois a três anos atrás e permanecendo em alguns
locais do eixo Transamazônica, falta meios de transporte, a
comercialização é controlado por um pequeno grupo de intermediário, o
mercado local é restrito.
Uma das mais tradicionais culturas da região é a pimenta-do-reino, que
se sabe, foi introduzida no Pará por imigrantes japoneses, que se
instalaram na década de 1930 na região Bragantina. A produção era
voltada para o mercado nacional e internacional. Contudo a produção da
pimenta-do-reino no município teve uma considerável redução por causa do
baixo preço pago no mercado e também pelas pragas que freqüentemente
atacavam os pimentais. Outra cultura tradicional do município de
Rurópolis é a do cacau, onde a produção é bastante expressiva, cultura
que foi implantada pela CEPLAC - Comissão Executiva do Plano de Lavoura
Cacaueira na Amazônia em 1976.
3.4 DIVERSIDADE CULTURAL
Rurópolis é marcada por uma rica mistura de elementos culturais trazidos
pelos povos migrantes. A cultura de Rurópolis se diversifica com os
traços da cultura nordestina, sulista, e paraense, esse fator marca
notadamente as manifestações culturais do povo rurópolense. As
manifestações podem ser vista através as danças, e festas que são
realizadas, não só na cidade, mas em todo o município e na maioria das
vezes essas manifestações culturais são apresentadas pelas escolas de
todo o município durante alguns meses do ano principalmente no mês de
junho onde os tracejo culturais são apresentados de forma marcantes.
A diversidade cultural citada acima, nesta cidade, pode ser apresentada
através da culinária. Pratos típicos. Cada um com sua originalidade,
caracterizando a grande mistura de elementos culturas representada no
município. Por exemplo, para se tomar chimarrão não é necessário ir ao
sul do país, no Rio grande do sul, os migrante sulista e seus
descendentes conservaram até hoje esse habito. Para degustar buchada -
de ? bode, prato típico do nordeste, não é difícil, pais os nordestinos
aqui residentes saboreiam constantemente esse delicioso prato e para
tomar tacacá, prato típico paraense não precisa ir até Santarém, a
região ribeirinha ou a Belém onde se concentra a população que deu
origem a esse prato típico, essa iguaria pode ser encontrado na própria
cidade. Aqui não posso deixar de menciona o churrasco que também faz
parte da culinária rurópolense.
Outra manifestação cultural que mexe com o povo brasileiro em fevereiro é
o carnaval. Rurópolis também tem seu próprio carnaval, diferente das
grandes metrópoles, tendo características próprias com a cara do seu
povo, que gosta de carnaval e que assim como em outras cidades
brasileira sai e cai na folia. Muitas aqui também fazem a mesma
expressão sua paixão pelo carnaval durante os dias de festa.
Para falar de pluralidade cultural do povo rurópolense não se pode
esquecer que a partir da fusão tradicional e cultural Rurópolis, tem-se
um símbolo folclórico que representa a mistura de elementos culturais e
folclóricos que fazem parte da historia deste povo brasileiro. O
Uirapuru é um pássaro que representa o mistério da Amazônia e, ele faz
se presente nas moitas do município de Rurópolis com o encanto melodioso
de seu cantar que faz emudecer a natureza, como se fosse um som de
representação sobrenatural, trazendo paz, harmonia ao meio onde se faz
presente. Este pássaro também existe em outras regiões é tido como
símbolo folclórico de Rurópolis, a dança do Uirapuru surgiu da fusão dos
costumes, das migrantes das diversas regiões do país, que aqui se
fixaram, trazendo consigo suas cultura, mitos e lendas. Essa dança em
nosso município apresenta ? se como símbolo principal uma bandeira
folclórica do pássaro Uirapuru.
A professora Maria José dias Aguiar compôs uma musica para essa
representação folclórica. Além desta representação folclórica o
Uirapuru, no município, existe outras representações folclóricas que
também maca a cultura de Rurópolis, as quadrilhas juninas, danças de boi
tipiti dança do boto, dança gaúcha (vaneirão), folia de reis, dança da
mangaba e outras que marca o folclorismo ruropolense.
Outra manifestação cultural que mexi com o povo brasileiro em fevereiro é
o carnaval. Rurópolis também tem seu próprio carnaval, diferente das
grandes metrópoles tendo características próprias com a cara do seu
povo, que gosta de carnaval e que assim como eu outras cidades
brasileiras saem e cai na folia. Muitos aqui também fazem o mesmo
expressão sua paixão pelo carnaval durante os dias de festas.
O Festival de Culturas é uma das maiores manifestações sociais e
culturais de Rurópolis, neste ano de 2010 realizou-se a terceira edição O
MAAUAÇU. O evento não tem fins lucrativos, acontece para celebrar
aniversário de Emancipação do Município e mobiliza tanto Rurópolis
quanto os municípios vizinhos, envolve amplamente a sociedade civil
organizada as comunidades da zona rural e urbana e principalmente a
comunidade escolar.
Para falar de pluralidade cultural, do povo ruropolense, não se pode
esquecer que a partir da fusão tradicional e cultural ruropolis tem uma
cultura diversificada. Temos um símbolo folclórico que representa a
mistura de elementos culturais e folclóricos que fazem parte da historia
deste povo brasileiro. O Uirapuru.
O uirapuru é um pássaro que representa o mistério da Amazônia e, ele
faz-se presente nas noites do município de ruropolis com o encanto
melodioso do seu cantar que faz emudecer a natureza, como se fosse um
som de representação sobrenatural, trazendo pás, harmonia no meio onde
se faz presente.
Com um canto longo e melodioso, sua "intenção" é outra: a atração para
acasalamento. Esses cantos duram de dez a quinze minutos ao amanhecer e
ao anoitecer, na época de construção do ninho. Durante o ano todo, o
uirapuru canta apenas cerca de quinze dias. O canto do uirapuru ecoa na
mata virgem. O som, puro e delicado como o de uma flauta, parece ter
saído de uma entidade divina. Os caboclos mateiros dizem com grande
convicção que, quando canta o uirapuru, a floresta silencia. Como se
todos os cantores parassem para reverenciar o mestre.
Este pássaro também existem em outras regiões tido como símbolo
folclórico de ruropolis, a dança do uirapuru surgiu da fusão dos
costumes dos imigrantes das diversas regiões do pais, que aqui se
fixaram, trazendo consigo suas culturas, micos e lendas. Essa dança em
nosso município apresenta se como símbolo principal, uma bandeira
folclórica do pássaro uirapuru.
A professora Maria Jose Dias Aguiar compôs uma musica para essa
representação folclórica, além dessa representação folclórica do
uirapuru no município, existem outras representações folclóricas que
também marca a cultura de ruropolis; quadrilhas juninas, danças de boi,
tipiti, dança do boto, dança gaucha, (varrerão), folia de reis, dança da
mangaba e outras que Marca o folclorismo ruropolense.
Outro evento tradicional em ruropolis e o baile das flores que foi
criado pela secretaria de assistência social do município, sendo em 25
de maio de 1990 a primeira festa que marcaria como tradição a sua
continuidade nos anos que se seguem, tornando umas das mais belas festas
de ruropolis.
O Baile das Flores é uma das manifestações culturais mais importantes da
cultura ruropolense. o baile está na sua XV edição. A festa, que reúne
jovens e entre 15 e 17 anos, é realizada no salão do hotel Presidente
Médici e em 2010 foi realizada no dia 26 de setembro e é coordenado pela
secretaria Municipal de Ação Social de Rurópolis.
Tornando-se tão importante para o município essa manifestação cultural
que despertou na assembléia legislativa cultural o interesse de
outorgar a manifestação como Patrimônio cultural do município, firmando
essa idéia veja que:
Assembléia Legislativa aprovou, nesta quarta-feira, 16, por
unanimidade, projeto de Lei, de autoria do deputado estadual Airton
Faleiro, que transforma o Baile das Flores, realizado em Rurópolis, em
Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial para o estado do Pará.
Com o apoio da secretaria de cultura do município outros grupos
folclóricos vêm se destacando nos últimos anos assim como também a
exposição de artesanato e comidas típicas regionais. As danças são
representadas por crianças e adolescentes que são preparados e
orientados para tal façanha.
3.5 ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS
3.5.1 ? Atividades de Subsistência
Em consórcio com o cacau o cultivo da banana, principalmente cultiva a
banana comumente denominada de pratinha, que apresentava e ainda
apresenta relevância na agricultura do município. O município de
Rurópolis mantém a tradição de exportar para Itaituba, Santarém e Manaus
a sua produção.
O centro da cidade é composto por lojas de tecidos, farmácias e
confecções em geral, supermercados e lojas de móveis e outros variados
estabelecimentos comerciais, como por exemplo: armarinhos, mercearias,
lanches, bares, lojas de autopeças, etc... E ainda há a feira livre
municipal, que foi construída com a finalidade de facilitar a
comercialização de vários produtos agrícola e agropecuários produzidos
nos lotes agrícola.
Os produtos vendidos seguem uma rotina tradicional no município, só as
segundas e quartas-feiras são os dias de maior movimentação comercial
nesta feira. As pessoas levam seus produtos para serem vendidos. Os
produtos da economia do município são: farinha, feijão, frutas,
verduras, legumes, e além de produtos agrícolas e pecuários, são vendido
produtos como: roupas encontradas em bancas e lojinhas, calçados,
produtos importados, lanches, mini-restaurantes, bares, açougues,
sorveterias e outros.
Como já foi observada, a atividade comercial no município não é a
principal fonte de sustentação da economia local, mas, é um dos fatores
geradores da economia. É comum encontrar estabelecimentos comerciais
espalhados pelos bairros da cidade nas vilas e comunidades rurais,
vendendo produtos alimentícios e outros. No comercio ruropolense é
importante notar mesmo sendo reduzido o número de atividades comerciais,
esse vem nos últimos anos, crescendo e gerando empregos principalmente
na cidade, onde as atividades empregatícias poder ser: caixa de
supermercado, balconista, entregadores, etc...
3.5.2 ? A Pecuária no Município
No Estado do Pará até a década de 1970, a criação de bovino (leiteiro e
de corte) para consumo do Estado desenvolveu-se em poucas áreas de
postagens naturais, formadas pelos cerrados e campos. Porém a partir
desse período começaram a instalar-se no Pará poderosas empresas
agropecuárias, que substituíram grandes trechos de florestas por pastos
cultivados.
A pecuária dessas novas áreas e, no sistema de criação extensiva e
destinado ao gado de corte. O gado é criado solto nos pastos, portanto
precisando de grandes áreas de pastagens, para um atual crescente
rebanho de bovino no Pará.
Nos rebanhos pertencentes ao estado, destaca-se também a criação de
búfalos. Introduzidos nos campos inundados da ilha de Marajó no início
do século, recentemente passou a outras áreas do mesmo Estado. O rebanho
de búfalos no estado paraense representa 50% do total no Brasil.
Também na década de 1970, com a implantação das grandes rodovias
federais no Pará, com destaque a Belém-Brasília, Transamazônica,
Cuiabá-Santarém, onde foi implantados projetos de colonização pelo
INCRA, surgiram novas áreas de criação de bovino, caracterizadas por
pequenas propriedades, com pouco gado. Neste contexto no Município de
Rurópolis se desenvolve como principal atividade econômica a
agropecuária.
A criação de animais é uma atividade econômica importante no município,
basta lembrar que o rebanho bovino, segundo o IBGE para 2010 era de
aproximadamente 113.000 a 114.000 cabeças. Os rebanhos suínos e eqüinos
são bem reduzidos.
Em Rurópolis ,a agricultura e a pecuária são do tipo extensivo, onde o
gado é criado solto em grandes áreas sem cuidados ou com poucas
aplicações medica para o gado, como resultado, e em conseqüência o
rendimento é muito baixo. No entanto, a pecuária intensiva, o gado pode
ser criados em currais ou em áreas de pastagens cultivadas. Os animais
são de raça selecionada e recebem cuidados especiais. Por isso o
rendimento é grande, ou seja, obtém-se grande produção de leite, carne e
couro, com alta qualidade. Na pecuária extensiva ao contrário d
intensiva, o gado vive solto em pastagens e com menos cuidados. A área
para a criação do rebanho é maior, mais os investimentos são pequenos e o
rendimento para o pecuarista é mínimo.
Em Rurópolis o rebanho bovino não tem uma qualificação racial na maioria
dos casos. Mais alguns dos agropecuaristas vem tentando relacionar
realmente seus grupos de animais. A raça Nelore é a mais preferencial.
Diante do estudo feito, é percebido que a agropecuária já se impõe como
um grande potencial econômico no município, despontando a bovinocultura
com ________ cabeças. A criação de porcos, cabras, aves e peixes também
se destacam como potencial econômico.
A produção de carne é comercializada no próprio município e em
municípios vizinhos, para onde também é vendido aves, suínos e caprinos.
ATIVIDADES UNIDADES QUANTIDADE
2003 QUANTIDADE
2009
Bovinocultura Cabeças 59.599 112.044
Suinocultura Cabeças 8.940 2.401
Caprinocultura Cabeças 430 1.104
Ovinocultura Cabeças 2.400 3762
Piscicultura Cabeças
Avicultura Cabeças 88.173 40.050
Fonte IBGE/PPM
ELABORAÇÃO: IDESP/SEPOF
Rurópolis ? cidade emergente, por estar localizada numa área/região
privilegiada no entroncamento das duas das duas rodovias mais
importantes da região Transamazônica e Santarém-Cuiabá a sede
Ruropolense vem progressivamente assumindo a função de entreposto
comercial, se comparar o número de estabelecimentos comerciais do
município que eram cadastrados pela secretaria da Fazenda ? SEFA, logo
após a emancipação política é observável um crescimento considerável no
período que sucede.
Segundo os dados do IBGE a agropecuária no município é composta de
culturas temporárias e culturas permanentes, sendo a primeira cultura de
curta duração, geralmente com ciclos vegetativos (...) inferior a um
ano e que depois de colhidos, necessitam de um novo plantio. Ex.:
algodão herbáceo, amendoim, arroz, batata inglesa, cebola, feijão, fumo,
milho e soja e a 2ª cultura permanente são cultura de longo ciclo
vegetativo, que permitem colheitas por vários anos sem necessidade de um
novo plantio. Ex: algodão, arbóreo, banana, cacau, café, coco-da-baia,
laranja, pimenta-do-reino, e etc...
3.6 Atividades Comerciais.
A estrutura comercial local até a década passada enfrentou grandes
problemas referente a transportes, pois as rodovias por onde as
mercadorias que abastecia o comércio era transportada ? Transamazônica e
Santarém?Cuiabá ? nos períodos de muitas chuvas, alguns de seus trechos
ficavam intrafegáveis e esse fator implicava e muito em problemas para o
comercio local e para o comercio da região, dificultando o
abastecimento do mercado, pois muitas mercadorias, principalmente as
pecuárias se danificava durante a viagem, e com isso o comercio sofria
com os prejuízos.
Contudo, após a emancipação de Rurópolis, o comércio local passou a
receber investimentos diretos da prefeitura e da secretaria de
infra-estrutura o que contribuiria estruturação da cidade, e dessa forma
os comerciantes passaram a acreditar e investir no comércio interno, o
que vem contribuindo cada vez mais para o crescimento do município
paraense.
Para comparar dados de números de estabelecimentos comerciais no período de 1989 e 2010, apresenta-se ao quadro a seguir: